O presidente da Câmara Municipal de Bonito vereador Reginaldo dos Reis, o Nandinho do Correio (PT)], e a primeira-secretária da Casa, vereadora Luísa Aparecida Cavalheiro de Lima (PPS), foram afastados ontem (31) das funções, a pedido do MPE (Ministério Público Estadual). O afastamento é temporário, por 60 dias, para que o inquérito instaurado possa apurar as denúncias apresentadas.
O delegado da Polícia Civil em Bonito, Roberto Gurgel, ouviu hoje (01/06) pela manhã o depoimento da ex-presidente da vereadora Luisa e de outros envolvidos na denúncia de tentativa de suborno e compra de votos no Legislativo Municipal.
No final da tarde de ontem, a polícia e o MPE (Ministério Público Estadual) apreenderam computadores e documentos na Câmara Municipal. De acordo com o vereador Amir Peres Trindade (PDT), um dos autores da denúncia, a sessão de ontem foi realizada normalmente, já sem a presença dos vereadores afastados.
Gravação
A notícia-crime contra a vereadora Luísa foi apresentada à Promotoria no início da semana passada. Os vereadores Amir Trindade (PDT) e Josmail Rodrigues (PSDB) acusam a ex-presidente da Câmara de tentar comprar votos para mudar o regimento interno para possibilitar sua reeleição, além de propor suborno a fiscais do TCE (Tribunal de Contas do Estado).
Entre as provas encaminhadas ao promotor, está uma gravação em que o atual presidente da câmara, vereador Nandinho do Correio, conversa com o colega Pedrinho da Marambaia (Pedro Aparecido Rosário, do PMDB) a respeito da possível transação financeira com Luísa.
Suborno e propina
Luisa teria oferecido R$ 12 mil ao vereador Pedrinho para que votasse favoravelmente à mudança do Regimento Interno, de maneira a permitir sua reeleição como presidente da Casa. Em outra situação, a ex-presidente teria proposto que os vereadores oferecessem suborno aos fiscais do TCE (Tribunal de Contas do Estado) para não haver problema na prestação de contas relativa a diárias, subsídios e viagens a Brasília. De acordo com o relato ao MPE (Ministério Público Estadual), a ex-presidente teria informado que a fiscalização do TCE poderia “fazer vista grossa” às irregularidades mediante propina de R$ 16 mil de cada vereador.
A presença da fiscalização do TCE teria atrapalhado os planos para modificar o regimento e permitir a reeleição dele. Luisa teria então mudado de estratégia: como seria necessário devolver o dinheiro aos cofres públicos pra que não houvesse multa do TCE, ela teria recolhido R$ 1,333 mil de cada vereador, somando R$ 12 mil. Os vereadores alegam que nuca houve prestação de contas desse valor.
Luisa não conseguiu modificar o regimento (foi derrotada por falta de um voto) e não pode se candidatar novamente à presidência da Câmara, mas lançou e elegeu para o cargo um aliado, o vereador Nandinho do Correio. A notícia crime apresentada pelos vereadores ao MPE, pede a denúncia contra a vereadora, prisão e condenação por improbidade administrativa. (CG News)
Por: Da Redação