Inédita no Legislativo de Mato Grosso do Sul, a sabatina dos candidatos a um cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado começou, nesta tarde, com o deputado estadual Antônio Carlos Arroyo (PR), e teve como momento mais polêmico a discussão em torno da pergunta feita pelo deputado Paulo Duarte (PT), sobre a influência do governador André Puccinelli (PMDB), na escolha dos deputados.
A sabatina está sendo realizada pela CCJR (Comissão de Constituição Justiça e Redação). Inicialmente, só integrantes da comissão poderiam fazer perguntas, mas diante do questionamento de outros parlamentares, foi aberto o espaço para que eles pudessem questionar Arroyo. Foi esclarecido que as indagações deveriam se ater ao artigo da Constituição Estadual versando sobre as exigências para ocupar o cargo.
As perguntas seguiram nesta linha, com exceção do deputado Marquinhos Trad (PMDB), que introduziu na discussão o assunto guerra fiscal, sem protestos, e do deputado Paulo Duarte. O petista começou a pergunta afirmando que todos sabem que os governos tem ingerência na escolha dos conselheiros, e indagando a opinião do candidato sobre o fato de, nas palavras de Duarte, o governo ter incentivado duas candidatos, fato inédito, para depois escolher uma para apoiar.
Antes mesmo de Duarte concluir a pergunta, o deputado Eduardo Rocha (PMDB), líder da bancada do partido, manifestou-se pedindo que fosse indeferida pela presidência da sessão, por ser “impertinente” ao assunto. Foi seguido no protesto por Onevan de Matos.
Vetada-O deputado Pedro Kemp, então, deferiu a pergunta, mas tentou reformular, indagando o deputado sobre sua opinião a carca dos critérios para escolha de conselheiros: se devem ser ténicos apenas ou políticos.
Novamente, houve protesto, e manifestações contrárias dos deputados Márcio Fernandes (PTdoB), Osvaldo Mochi Junior (PMDB), líder do governador, além de Marquinhos Trad (PMDB), que opinaram pela não realização da pergunta. Kemp, então, levou o assunto à votação e a decisão considerou “prejudicado” o questionamento.
Apenas o deputado Alcides Bernal (PP) apoiou Paulo Duarte e disse considerar importante que Arroyo falasse da influência do Executivo na escolha do substituto de Celina Jallad, falecida em fevereiro.
Ao final da sessão, em suas palavras de encerramento, Arroyo acabou respondendo a pergunta. Disse que esteve com o governador antes de se candidatar, que ele disse ver com bons olhos sua candidatura e que afirmou ser da “responsabilidade” da Assembleia a escolha.
Ao deixar a sala, Arroyo afirmou aos jornalistas que não tinha problemas em responder à pergunta e negou que esteja havendo interferência do governador na escolha. “Se eu achasse isso não estaria aqui”. (CG News)
Por: Da Redação