A Justiça acatou os argumentos da denúncia do Ministério Público Federal (MPF) em Ponta Porã e condenou 12 integrantes de um grupo criminoso especializado em tráfico internacional de drogas. As penas variam de 5 a 32 anos de reclusão. Dois integrantes estão foragidos. Eva Arevalos Jara e Silverio Vargas, ambos paraguaios, eram os líderes e controlavam a cadeia de produção da droga, desde o plantio no Paraguai até o armazenamento, a venda e entrega no território brasileiro. Eva, que está foragida, foi condenada a 32 anos de prisão e pagamento de 3732 dias-multa, cerca de R$ 75 mil. Silvério pegou 24 anos de prisão e 2916 dias-multa, cerca de R$ 58 mil.
Entre os condenados está o policial militar Flávio da Silva, que usava a função pública para facilitar o transporte dos entorpecentes. Ele foi sentenciado a 5 anos e 10 meses de prisão, além de perder o cargo. Jorge Trindade dos Anjos, o taxista Clovis dos Santos Alves e Odair Paschoal Buscioli foram condenados pelos crimes de tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico, e receberam penas de 15, 12 e 10 anos de prisão, respectivamente. Os três participavam do transporte e venda da droga, muitas vezes trocada por carros roubados.
Outras seis pessoas foram condenadas. Quatro respondem apenas por associação para o tráfico, e duas por tráfico. As penas são de 3 a 5 anos de reclusão.
Briga conjugal
A organização criminosa foi desarticulada quando Eva denunciou o próprio marido à Polícia. Ela queria assumir sozinha o tráfico de drogas na região, mas acabou sendo descoberta também.
Após a denúncia, a Polícia Federal (PF) conseguiu impedir três remessas de maconha, uma em 17 de abril e outras duas em 5 e 22 de junho de 2009. Foram apreendidas, respectivamente, 510, 460 e 125 quilogramas, o que totaliza mais de uma tonelada de maconha.
A droga era negociada e transportada da cidade paraguaia de Capitán Bado para Coronel Sapucaia e Amambai, em Mato Grosso do Sul. De Amambai, ela era enviada, através de estradas vicinais, para o estado de São Paulo.
Segundo a denúncia do MPF, a organização era extremamente bem articulada. Há indícios de que os criminosos tinham contato com os produtores paraguaios, além de negociar com outros traficantes de Mato Grosso do Sul.
Por: Da Redação