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Moka sugere subcomissão para debater financiamento da saúde pública

Moka preside reunião da CAS (Foto: foto Márcia Kalume/Agência Senado)

 

Moka preside reunião da CAS (Foto: foto Márcia Kalume/Agência Senado)

O presidente da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), senador Waldemir Moka (PMDB-MS), abriu os trabalhos do colegiado nesta quarta-feira (6) propondo amplo debate sobre o financiamento do sistema público de saúde. Moka sugeriu que seja criada uma subcomissão no âmbito da CAS para discutir o tema e recebeu o apoio dos demais senadores.

Na avaliação do senador, o processo de financiamento está entre os principais problemas enfrentados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde a sua criação pela Constituição Federal de 1988. Ele lembrou que, tomando por base o gasto médio mundial, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o emprego de pelo menos 5, 5% Produto Interno Bruto (PIB) de cada país com saúde publica. Porém, o Brasil gasta apenas 3,7%.

“Se fosse gastar o percentual recomendado, a saúde publica brasileira precisaria de mais 60 bilhões de reais”, observou.

Moka analisou o mais recente estudo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o qual mostra que o gasto privado com saúde é maior que o público. Segundo o levantamento do IBGE de 2012, divulgado pelo parlamentar, o gasto público foi de R$ 645,27 por pessoa, enquanto o privado chegou a R$ 835,65 por pessoa, com diferença de quase 30%.

O senador lembrou que a queda no investimento público ao longo dos anos levou à criação de medidas emergenciais, como a cobrança da CPMF, o chamado imposto sobre os cheques.

“Defendo que há a necessidade de melhorar a gestão dos recursos, além de garantir um maior financiamento para a saúde pública brasileira”, concluiu.

No exame da proposta da regulamentação da Emenda 29, que definiu há dois anos os gastos típicos de saúde, Paulo Davim (PV-RN) disse que defendeu mudar a regra para que o governo federal investisse pelo menos 10% de suas receitas com a área. Na votação, no entanto, foi mantida a regra atual, pela qual o governo federal deve aplicar o montante do ano anterior mais a variação do PIB. Também sem alteração, os estados ficam obrigados a gastar 12% de suas receitas e os municípios 15%.

Humberto Costa (PT-PE) defendeu que, assim como a questão do financiamento da saúde, outros dois temas, já abordados por projetos em tramitação, entrem na pauta de debates do ano: o trabalho médico e a criação da Lei de Responsabilidade Sanitária (LRS).

 

Por: Da Redação