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Moka integra grupo nacional que negocia reinvindicações dos caminhoneiros

 

O senador Waldemir Moka (PMDB-MS) foi indicado pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) para participar do grupo que discute as reivindicações dos caminhoneiros. O parlamentar sul-mato-grossense já tinha sido indicado representante do Senado nas conversas entre o setor e o governo federal.

Além de Moka, a Comissão de Agricultura indicou o senador Blairo Maggi (PR-MT) como interlocução oficial da pauta apresentada pelos caminhoneiros durante o encontro e as medidas tomadas pelo governo. Os nomes dos dois senadores foram aprovados durante audiência pública realizada no Senado, quinta-feira, 12.

Um dos participantes da audiência, Gilson “Baitaca” Peliciano, representante dos caminhoneiros no Mato Grosso, apresentou a pauta de reivindicações do movimento. Entre os principais pontos; a redução da incidência do PIS e da Cofins no preço do óleo diesel; estudos sobre a adoção de uma tabela mínima para fretes; abertura de linhas de crédito especiais para caminhoneiros autônomos; perdão de multas e a criação de um fórum permanente de mediação envolvendo governo e setor privado.

Pelas negociações em curso, no dia 26 de março os caminhoneiros voltarão a se reunir e analisar as medidas adotadas pelo governo. Gilson Baitaca deixou claro que o movimento grevista pode voltar.

“Os caminhões parando, para o trem, para o navio, para outros tipos de transportes terceirizados locais, gera desabastecimento”, lembrou.

Prejuízos

A auditora-fiscal do Trabalho Jacqueline Carrijo revelou que fiscalizações recentes tem mostrado a deterioração nas condições em que a categoria está exercendo sua função. Jornadas exaustivas, de cerca de 15 horas por dia, tem sido comuns, assim como o uso de drogas como crack e cocaína durante o cumprimento das jornadas.

Anaximandro Almeida, da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), mostrou que segundo os cálculos da entidade o impacto do movimento grevista pode ter chegado a R$ 1 bilhão no setor, tendo atingido principalmente os pequenos produtores. E Marcio Lopes, da Organização das Cooperativas Brasileiras, revelou que entre os principais atingidos estão os pequenos produtores de frango da região sul e cooperativas ligadas ao leite.
Governo

O secretário-executivo da Secretaria-Geral da presidência da República, Laudemir Müller, também participou da audiência. Revelou que o cerne das negociações até o momento tem se dado em torno da regulamentação da Lei dos Caminhoneiros, sancionada recentemente pela presidente Dilma; o reescalonamento das dívidas; e a criação de um fórum tripartite permanente, envolvendo também a iniciativa privada.

Revelou que o governo não vê viabilidade na adoção de uma tabela de referência para fretes, uma vez que este tipo de negociação se dá entre entes privados.

O senador Moka disse haver solidariedade aos caminhoneiros no Senado, com a compreensão de que o movimento “é muito justo”. Ele afirmou, porém, que é preciso rapidez das autoridades para encontrar as soluções.

“Acaba causando problemas pras famílias, desabastecimento, interdição de rodovias. Ninguém quer isto. Que o ministro Miguel Rossetto chegue a um entendimento”, pediu o senador, autor do requerimento para a realização da audiência pública.

Moka se apresentou para ajudar nas negociações envolvendo o frete e o preço dos combustíveis.

 

Por: Da Redação