O Departamento de Saúde Animal (DSA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento decidiu manter o início da imunização contra a aftosa conforme o estabelecido no calendário oficial – dia 1º de novembro. A decisão foi tomada depois de ter sido cogitada a possibilidade de antecipação da vacinação contra a febre aftosa para outubro na faixa de 15 quilômetros da linha internacional entre o Mato Grosso do Sul e o Paraguai.
Uma nota técnica do DSA explica que não há razões epidemiológicas que justifiquem a alteração do cronograma nacional de vacinação contra febre aftosa no estado. Caberá à Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do Estado de Mato Grosso do Sul (Iagro) avaliar e identificar a necessidade, em situações específicas, de proceder a vacinação imediata mediante acompanhamento oficial.
Confira a íntegra da nota técnica.
De acordo com o documento, entre 2008 e 2010, a vacinação na região de fronteira internacional foi realizada pelo serviço veterinário oficial. O índice de cobertura vacinal alcançado na etapa de maio de 2011 foi de 98,36% – número suficiente para conter a circulação do vírus em caso de sua reintrodução na população suscetível.
Além disso, o governo já vem realizando uma série de medidas para impedir a entrada do vírus desde a notificação do foco no Paraguai. Entre elas estão a proibição da importação de animais suscetíveis e produtos que representem risco; intensificação da fiscalização de trânsito de animais, produtos e sub-produtos na fronteira; aumento da vigilância em propriedades identificadas como de maior risco e análise e investigação epidemiológica da movimentação animal recente.
Fiscalização e controle
No início desta semana, o governador André Puccinelli reiterou, do Chile, onde está em visita oficial, determinação para maior rigor no cumprimento das medidas preventivas de controle sanitário da região de fronteira, inclusive com o abate imediato de todo o gado que estiver sendo transportado irregularmente na linha de fronteira com o Paraguai. “Temos que nos desdobrar nos esforços para garantir a manutenção do nosso status de área livre de aftosa com vacinação”, disse ele, depois de passar as novas orientações à direção da Iagro.
A orientação é abater todo e qualquer animal que não tenha identificação ou documentos que não comprovem sua origem. A medida é preventiva e está prevista na legislação estadual.
Apesar do foco de aftosa no Paraguai estar distante da fronteira e mesmo considerando as medidas sanitárias adotadas pelo país vizinho, Mato Grosso do Sul deve fazer sua parte no que diz respeito ao controle do trânsito de animais, explicou o governador, lembrando que o apoio do Exército, e da Polícia Federal atuando ao lado das forças da Segurança Pública estadual reforça os cuidados que já estão sendo tomados.
Além do abate preventivo, a Iagro reforçou a fiscalização contando com as 15 barreiras fixas e volantes, além de 12 novas equipes que foram formadas e que atuam de forma estratégica, visitando propriedades e ajudando da fiscalização de rotas alternativas de transporte, para evitar a entrada de gado irregular no País.
Segundo o governador André Puccinelli, o trabalho de Mato Grosso do Sul está sendo feito com a intensidade e com o volume necessários para garantir o controle das nossas fronteiras. “Estamos mobilizando recursos financeiros e humanos necessários para que essa tarefa estratégica seja cumprida e que seus objetivos sejam alcançados. E a ordem é bem clara: animal suspeito, sem documento e sem comprovação de origem será imediatamente abatido”, afirmou.
Desinfecção
A Iagro iniciou também esta semana a desinfecção e pulverização de veículos que fazem o trânsito aduaneiro no Estado nas cidades de Ponta Porã e Corumbá, a exemplo do que vinha sendo feito em Mundo Novo. A partir do funcionamento dessas novas barreiras, o trânsito de produtos de origem vegetal volta a ser normalizado, persistindo a restrição ao transporte de animais, suspenso preventivamente.
Segundo Maria Cristina Carrijo, diretora da Iagro, “é um trabalho de fiscalização e prevenção sem prazo para término. As novas equipes estão indo a campo reforçar o trabalho de orientação e esclarecimento, além de realizar a inspeção dos bovídeos nas propriedades”, explica ela.
Por: Da Redação