Nem a forte chuva e o mau tempo barraram os mais de 20 mil trabalhadores em educação, professores e administrativos, de estarem na manhã desta terça-feira (2), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, atendendo o chamado da Federação dos Trabalhadores em Educação de MS (FETEMS) e dando continuidade as atividades da greve que já se estende há praticamente uma semana.
De acordo com o presidente da FETEMS, Roberto Magno Botareli Cesar, o movimento superou as expectativas já que a madrugada foi de muita chuva em praticamente todo o estado. “Nossas delegações vieram mesmo debaixo do temporal, os trabalhadores em educação se apertaram nas galerias externas da Assembleia Legislativa, no plenário, para não tomar uma forte chuva e em nenhum momento o movimento se dispersou ou diminuiu, porque temos um propósito forte e estamos unidos. Queremos respeito aos trabalhadores em educação, cumprimento das nossas leis de valorização e vamos continuar em luta até que a categoria defina o contrário”, disse.
Para a vice-presidenta da FETEMS, Sueli Veiga, mais uma vez a categoria deu uma aula de cidadania. “Todos de preto, em luto pela educação pública de MS, unidos, demos uma aula de cidadania e civilidade ao participar de uma ato pacífico, batalhando pelos nossos direitos”, afirma.
Segundo a representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Fátima Silva, que também é ex-presidenta da FETEMS, mais uma vez a entidade da mostra do que é capaz nacionalmente. “A FETEMS é reconhecida nacionalmente por suas lutas, sua organicidade e todas as vezes que presencio momentos como este me orgulho de ter saído daqui. Nacionalmente estamos enfrentando um período difícil para a educação brasileira, muita greve nos estados por conta da desvalorização da categoria e em MS esse cenário não é diferente, temos um governo que nos demonstra que a educação pública não é prioridade de suas ações, o que é uma pena e nos leva a ter que nos mobilizarmos e paralisarmos para lutarmos pelos nossos direitos”, ressalta.
Os profissionais da educação se reuniram na Assembleia Legislativa, lotaram os dois plenários da Casa de Leis, acompanharam pronunciamento do presidente da entidade, Roberto Botareli, durante a sessão da Casa de Leis e seguiram em carreata, passando pela governadoria e pela Secretaria de Educação, para o centro da capital. Ao chegar à Praça do Rádio a caravana se desfez e os profissionais tomaram conta do local e realizaram um grande ato público.
No período da tarde, a partir das 14h, uma comissão da FETEMS seguiu para a governadoria para participar de uma reunião com o governador, Reinaldo Azambuja (PSDB) e a comissão de educação da Assembleia Legislativa, que foi agendada durante a manifestação dos grevistas na Casa de Leis.
As informações e decisões serão repassadas em Conselho de Presidentes, no período da tarde, após a reunião da governadoria. Nesse mesmo momento o advogado da FETEMS, Ronaldo Franco, também fará o repasse da audiência de conciliação que ocorreu no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), também, na manhã desta terça-feira.
As reivindicações dos trabalhadores em educação de MS são:
- O reajuste dos administrativos em educação – Além disso, a categoria também reivindica trazer a data base dos funcionários de escola para janeiro, atualmente é em maio, juntamente com a dos professores.
- O pagamento de 10,98% de reajuste dos professores – Referente ao cumprimento da Lei Estadual n° 4.464, de 19 de Dezembro de 2013, que trata sobre o reajuste de 25,42%. No início do ano foi concedido 13,01% de reajuste aos professores, referente ao Piso Nacional, porém ficou 10,98% em pendência de acordo com a Lei Estadual. No acordo firmado até o dia 15 de maio o Governo deveria debater como esse montante seria pago com a comissão de negociação, porém isso não ocorreu.
- O pagamento de 1/3 de hora-atividade para os professores, referente a 2013 – O pagamento de 1/3 de hora-atividade para os professores da Rede Estadual, equivalente a 2013, a partir de janeiro de 2015, foi acordado no Pacto pela Educação Pública de outubro de 2012 e está consolidado na Lei Complementar 165.