O deputado estadual Lauro Davi (PSB) participou na tarde de ontem (15) da reunião ordinária da CPI da Saúde em MS, onde foi realizada a oitiva com os ex-diretores da junta interventora que administrou a Santa Casa de Campo Grande entre os anos de 2011 e 2013.
Foram ouvidos pela Comissão os médicos Dr. Issan Moussa, Dr. Antônio Lastória e o Dr. Nilo Sérgio Laureano Leme, que eram os responsáveis pela gestão do maior hospital de MS antes da devolução da direção da Santa Casa para a ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande).
Durante a oitiva, os deputados questionaram sobre as diversas denúncias que são divulgadas e que atingem diretamente a Santa Casa. O deputado Lauro Davi questionou os ex-diretores da entidade sobre a questão de licitações na compra de materiais e medicamentos. De acordo com os responsáveis pela direção da entidade, todas as compras de medicamentos eram realizadas através de tomadas de preços via processos licitatórios.
Outro questionamento feito pelo parlamentar foi sobre a obra do hospital do trauma, que vem se arrastando há anos e consumindo grande quantia de recursos públicos. “Uma das nossas maiores preocupações é com a questão do hospital do trauma, que já consumiu uma grande quantidade de recursos públicos e até hoje não foi entregue para a população”, afirmou o deputado Lauro Davi.
Segundo os dados fornecidos pelos ex-diretores da junta administrativa da Santa Casa de Campo Grande, hoje o hospital conta com 698 leitos, e durante a administração da junta interventora, foram implantados 107 leitos complementares e mais 33 leitos específicos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), e segundo informações, estão com 100% de sua capacidade em uso.
O deputado Lauro Davi questionou também sobre a compra de medicamentos realizados pela Santa Casa e que, em caso de necessidade são repassados para outras unidades hospitalares. De acordo com os ex-administradores do hospital, é comum que a Santa Casa repasse alguns medicamentos, quando lhe é solicitado, à outros hospitais e centros de saúde, mas todo o processo é feito através de solicitação e assinatura de termo de cautela, e a Santa Casa é ressarcida dentro de um prazo estabelecido.
O deputado Lauro Davi se mostrou satisfeito, mas afirmou que é preciso confrontar informações que foram passadas pela junta interventora e pelos atuais administradores do hospital. “Vamos analisar os dados e todas as informações para ver se existe algo conflitante que necessite de uma averiguação mais detalhada”, concluiu o deputado Lauro Davi.
CPI da Saúde em MS
A CPI da Saúde em MS foi criada no dia 23 de maio deste ano. Os parlamentares querem saber como estão sendo feitos os repasses dos recursos do SUS para unidades hospitalares de Campo Grande, Corumbá, Paranaíba, Dourados, Três Lagoas, Jardim, Coxim, Aquidauana, Nova Andradina, Ponta Porã e Naviraí. A investigação apura os repasses e convênios feitos nesses municípios nos últimos cinco anos.
A Comissão Parlamentar de Inquérito tem 120 dias para apurar as possíveis irregularidades, podendo ser prorrogada por mais dois meses. Para ajudar no trabalho de investigação, os deputados decidiram criar o e-mail cpisaude@al.ms.leg.br para que as pessoas possam denunciar irregularidades nas unidades hospitalares. Também foi criada a fan page CPI da Saúde em MS.
Ela é composta pelos deputados Amarildo Cruz – presidente, Lauro Davi (PSB) – vice-presidente, Junior Mochi (PMDB) – relator, Mauricio Picarelli (PMDB) – vice-relator e Onevan de Matos (PSDB) – membro.
Por: Da Redação