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Kemp engrossa denúncia de coação de servidores e gera bate-boca na Assembleia

Um dia depois de o vereador Athayde Nery (PPS) denunciar na Câmara Municipal a coação de servidores públicos para apoiar a candidatura a prefeito de Campo Grande de Edson Giroto (PMDB), o deputado Pedro Kemp (PT) levou, nesta quinta-feira (16), o debate à Assembleia Legislativa e acabou gerando bate-boca. Isso porque os governistas não gostaram nenhum pouco das críticas contra o governador André Puccinelli (PMDB) e partiram para o contra-ataque.

Na tribuna, Kemp disse que tanto Puccinelli quanto o prefeito Nelsinho Trad (PMDB) convocam funcionários para reuniões e perguntam individualmente em quem cada um vai votar. “Eu ouvi de servidores que o próprio governador e o próprio prefeito reúnem-se com eles, fazem fila e perguntam pra quem vão votar”, revelou. “Isso é uma violência, uma afronta, um desrespeito!!”, emendou.

Indignado com a falta de democracia, o petista implorou medidas dos órgãos competentes. “Eu imploro à Justiça Eleitoral para observar as regras”, apelou. “Não vamos fiscalizar água e bolacha nas reuniões, vamos fiscalizar coisas mais graves”, completou. Seguindo a mesma linha de raciocínio, Kemp incentivou os funcionários a denunciar o abuso de poder. “Não vamos baixar a cabeça, vamos denunciar”, sugeriu.

Em defesa dos governistas, o deputado Antônio Carlos Arroyo (PR) pediu um aparte e deu início a troca de acusações. “Tem muita fantasia nestas denúncias e não é diferente do que acontecia no passado”, afirmou, fazendo menção à gestão do ex-governador Zeca do PT.

Kemp não perdoou a cutucada, afastou “fantasias” e ressaltou que não se pode justificar o erro a fatos observados anteriormente. “Eu fui secretário do governo Zeca e nunca chamei servidores e coloquei em fila para saber em quem cada um vai votar”, rebateu.

Clima ferve

Encerrado o tempo regimental de Kemp na tribuna, foi a vez do líder do PMDB, deputado Eduardo Rocha, pedir a palavra para rebater as acusações. Ele não poupou os petistas e fez duros ataques ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) deixando a oposição revoltada.

“No governo do PT, ao contrário da administração do André, tem greve e a presidente vira as costas”, declarou o peemedebista. “No governo da Dilma tem greve, mas ela não cessa o diálogo igual o governador e muito menos corta o ponto dos manifestantes”, rebateu o deputado cabo Almi (PT).

Rocha não parou os ataques e acusou o governo do PT de ajudar a enriquecer os bancos. “Quem mais ganhou dinheiro no governo do PT foi os bancos”, disse. A declaração tirou Kemp do sério. “Vossa excelência atira muito para tudo que é lado, tem que ter mais cuidado, estou falando de uma coisa séria que está acontecendo hoje”, frisou.

Em tom alterado, o petista também não admitiu comparação do governo de Dilma com o de Puccinelli. “Não venha querer comparar o meu governo com o seu, o seu governo acaba greve na base da ameaça”, disparou. Rocha não sossegou e emendou “não comparo porque o meu governo aumenta os salários”.

Panos quentes

Percebendo os ânimos exaltados, Arroyo pediu a palavra e destacou que o importante não é o partido dos governantes. “Tanto a presidente quanto o governador foram eleitos pelo povo e não pelos partidos”, ressaltou. O clima de panos quentes, no entanto, parou a partir do momento que o parlamentar classificou como “natural” saber para quem os funcionários vão votar.

“Não é verdade que o governador obriga os servidores a votar em quem ele quer, o que ele não aceita, e isso é natural, que um funcionário de sua confiança vá, por exemplo, trabalhar para o Vander Loubet (PT)”, comentou. “Vamos deixar de ironia, de falsidade”, completou.

Na sequência, Arroyo voltou ao passado e lembrou ocasião na qual o ex-governador Zeca cercou a governadoria de cachorros para evitar o debate com grevistas. No momento, Kemp aguardava sua vez de falar, irritando o colega de Casa. “Deixa eu terminar meu aparte, vossa excelência se exaltou aqui e agora é minha vez de falar”, disparou Arroyo.

Em resposta, o petista lembrou que, na gestão de Zeca, Arroyo apoiava o petista. “E com muita força e vontade”, destacou.

Em tom mais ameno, o tucano Márcio Monteiro entrou no debate e aproveitou para defender a candidatura a prefeito do deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB). “A alternância de poder é importante para conhecer outras formas de governar e reitero a posição de que o PSDB vem apresentar um novo modelo de governo para Campo Grande”, disse.

Encerrando o debate quente, cabo Almi, vice de Vander na corrida pelo comando da prefeitura, classificou a suposta coação de servidores como “jogo pesado”. “Porque os governistas estão desesperados, pois sabem que terão de enfrentar o segundo turno”, explicou. (Midiamax)

 

Por: Da Redação

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