Ícone do site Pérola News

Justiça Federal apreende mais de 17 mil bens do crime organizado em MS

Relação de bens sequestrados pela 3ª Vara Federal Criminal de Mato Grosso do Sul, especializada em crimes contra o sistema financeiro nacional e em crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, demonstram que, desde sua criação em outubro de 2005, já foram sequestrados cerca de 17 mil bens que atendiam ao crime organizado.

De acordo com o levantamento da Justiça Federal, ao qual o Midiamax teve acesso, entre os bens apreendidos encontram-se imóveis rurais e urbanos, veículos, aeronaves e até animais, além de dinheiro em espécie.

Segundo o juiz federal Odilon de Oliveira, o levantamento tem como referência o dia 31 de dezembro de 2011 e confiscou bens do crime organizado, de traficantes e sonegadores. “O papel fundamental da vara é recuperar ativos (…) dar um golpe na espinha dorsal da organização criminosa”.

O juiz federal, Odilon de Oliveira, nasceu na Serra do Araripe, município de Exu, em Pernambuco

Até agora foram depositados na conta da Caixa Econômica Federal, R$ 26.113.163,12 conseguidos com a apreensão dos bens, resgate de dinheiro vivo, venda de veículos, aeronaves, bovinos e equinos, além de alugueis de imóveis rurais e urbanos e leilões destes bens.

O dinheiro depositado na CEF é repassado à conta do Tesouro Nacional. Após julgado o processo, o sujeito é condenado ao perdimento de bens, possibilitando seu uso pela União. Caso o réu seja absolvido a CEF debita na conta do Tesouro o valor a ser devolvido. De acordo com Odilon, apenas em 10% dos casos o réu é absolvido.

Para o magistrado, as apreensões devem aumentar devido à ampliação na lei de lavagem que foi modificada. “Antes, a lei tratava de apenas oito tipos de crime. Agora é qualquer tipo, inclusive contravenção no jogo do bicho”, explica. Ele relata ainda que a vara “atua condenando, e a outra faceta é o confisco de bens, desarticulando a organização”.

Administração

Conforme Odilon, a administração dos imóveis rurais não está sendo feita a contento. “Faço parte de uma comissão nacional de seis magistrados que trata sobre a administração de bens. O maior problema é o que fazer com tantos bens”, relata.

O juiz pretende, com a comissão, elaborar a criação de um cadastro nacional de empresas que estejam aptas a administrarem os bens, “para o juiz não escolher o administrador”. Ele revela ainda que atualmente o capataz e o proprietário – réu, são nomeados para cuidar do imóvel. “Não tem quem nomear. Solicitamos que o Iagro nos repasse informações quanto aos rebanhos para podermos acompanhar”, explica ao dizer que em casos de diminuição do número de cabeças, o juiz pode determinar o leilão do gado.

Quanto aos veículos, eles são encaminhados às policias Federal e Rodoviária. “Nesse caso fazemos um termo de guarda, ouvimos o Ministério Público, e o bem é disponibilizado”.

O Conselho Nacional de Justiça possui um programa que repassa aviões resgatados junto ao tráfico e crime organizado para as unidades da federação que requisitem o bem. “Ao invés de ficar parado e ser resgatado pelo bandido, o avião é encaminhado para uso dos Estados e polícias”, finaliza.

 

Por: Da Redação

Sair da versão mobile