A morte do agente penitenciário Carlos Augusto Queiroz de Mendonça, de 45 anos, na manhã desta quarta-feira (11), em frente ao portão do presídio aberto da Vila Sobrinho, região oeste de Campo Grande, expõe mais uma vez o déficit de funcionários no sistema carcerário de Mato Grosso do Sul. Na ocasião apenas a vítima e outro agente eram responsáveis por 404 detentos.
No dia 28 de janeiro a descoberta de um túnel no Estabelecimento Penal de Segurança Máxima de Campo Grande também mostrou a falta de agentes. No pavilhão I, onde o túnel, que tinha até iluminação e ventilação própria, foi construído apenas dois funcionários fiscalizavam quase mil presos.
Ambos os casos foram tratados com preocupação pelo Sinsap-MS (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul). Nesta manhã o presidente do sindicato, André Luiz Santiago, afirmou que o número desproporcional “afeta diretamente na segurança do trabalho público”.
Em nota, o Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul) também se posicionou contra a situação, já que os policiais civis são igualmente vítimas da falta de efetivo e de investimentos nas condições de trabalho. Além disso, reivindica maior investimento na Segurança Pública do Estado de Mato Grosso do Sul.
Agepen
Segundo a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) no ano passado foram oferecidas 309 vagas para agentes penitenciários. Após a conclusão de todo o processo seletivo, apenas 260 vagas foram preenchidas.
Mesmo chamando todos os aprovados, ainda houve um déficit de 49 funcionários. O órgão informou que já está verificando com o Governo do Estado a possibilidade de outro concurso para preencher as vagas.
Sobre o presídio aberto da Vila Sobrinho, a agência afirmou que a unidade passou por várias melhorias e que vem buscando o aumento da segurança em todo o sistema penitenciário do Estado.
Por: Da Redação