O deputado federal Giroto (PMDB/MS) utilizou a tribuna da Câmara dos Deputados, na manhã de hoje (08), para comunicar o falecimento do ex-deputado federal Nelson Trad. Após a manifestação de pesar, outros parlamentares também enalteceram o trabalho e o valor moral e ético do homem público sul-mato-grossense Nelson Trad.
“Comunico o felecimento do deputado Nelson Trad, pai do atual prefeito da Capital, Nelson Trad Filho, do deputado Federal Fábio Trad, que hoje faz parte desta casa, e seu filho deputado estadual Marquinhos Trad. Quero deixar registrados nossos sentimentos, por ser um homem, um político extramente influente, que brigou e discutiu muito na separação do Estado Mato Grosso. Foi preso na ditadura militar. Quero deixar o sentimento de todo Mato Grosso do Sul por essa perda irreparável de nosso companheiro e amigo Nelson Trad”, afirmou Giroto em plenário, hoje às 9h30 (horário de Brasília).
A Comissão Mista de Orçamento fez um minuto de silêncio em homenagem a Nelson Trad. No colegiado, Giroto também enalteceu a história pública de Trad.
Nascido em Aquidauana, em 1930, o advogado e professor Nelson Trad foi deputado estadual por dois mandatos e deputado federal por mais sete, deixando a cena política no ano passado.
Na Câmara dos Deputados, Trad foi líder do PMDB, 2º Secretário da Câmara. Também foi membro da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) e do Conselho de Ética, colegiados onde defendeu os preceitos constitucionais e participou da apreciação da conduta dos parlamentares federais.
Culto e habilidoso, o patriarca da família Trad se formou em Direito na UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), em 1957. A veia política e o ideal de luta por um sociedade mais justa fizeram o estudante Trad participar do movimento estudantil e lutar por direitos sociais no Rio de Janeiro. Trad comandou uma greve que parou a linha de bonde na capital federal á época.
Voltou a Mato Grosso do Sul como advogado criminalista, e a vida o conduziu à pública. Culto e habilidoso com as palavras, Nelson Trad conquistou espaço no cenário político sul-mato-grossense. Estas qualidades o levaram a presidir o diretório do PTB no Estado.
Este engajamento político e sua atividade como advogado do PCB (Partido Comunista do Brasil) o levaram a ser taxado de comunista. Durante a Ditadura Militar, Nelson Trad ficou preso por 25 dias.
Nelson Trad morreu na noite de quarta-feira (7), os 81 anos, por problema cardíaco. O Corpo está sendo velado desde a madrugada desta quinta-feira (8), no cemitério Parque das Primaveras, em Campo Grande.
Trad deixa três herdeiros na política: o prefeito de Capo Grande, Nelsinho Trad, o deputado federal Fábio Trad e o deputado estadual Marquinhos Trad.
Por: Da Redação