A deputada estadual Mara Caseiro (PTdoB) defendeu hoje (4) a união dos quatro estados que fazem fronteira com a Bolívia (Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia) contra a lei do país vizinho que permite a legalização de veículos contrabandeados.
Parlamentares se revezaram nos microfones da Assembleia Legislativa na manhã desta terça-feira para demonstrar indignação com o assassinato dos jovens Breno Luigi Silvestrini de Araújo, de 18 anos, e Leonardo Batista Fernandes, de 19 anos. A morte foi motivada justamente pelo roubo de um veículo, que seria levado até a fronteira e trocado por cocaína.
Para Mara Caseiro, é preciso que os estados atingidos diretamente por este problema se unam e busquem uma posição urgente da presidente Dilma Rousseff e do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
“Não podemos permitir ser tratados assim pela Bolívia. Vamos nos unir e buscar um posicionamento do governo, para recuperar a ordem em Mato Grosso do Sul e no Brasil”, afirmou a parlamentar.
Para ela, o sentimento de impunidade faz com que bandidos como os que assassinaram Leonardo e Breno cometam esse tipo de atrocidade.
“Nossas leis não podem ser tão flexíveis. Nosso sistema prisional precisa ser revisto. Há um sentimento de impunidade muito grande, já que esses rapazes já tinham na cabeça o plano de matar suas vítimas. Qual o sentido da vida para eles? Há uma distorção muito grande do conceito de vida, de família. Entendo que esse tipo de barbaridade só deixará de afligir nossa sociedade quando as leis forem menos brandas”, disparou a deputada.
O discurso da parlamentar foi corroborado por outros colegas. Para o deputado Eduardo Rocha (PMDB), é preciso fazer pressão no governo federal, pois a Bolívia não pode “simplesmente fazer o que quer”.
Cabo Almi (PT) entende que o código penal brasileiro precisa sofrer mudanças urgentes . “É preciso sairmos do conservadorismo. Temos de ter coragem para legislar”, disse.
O tucano Rinaldo Modesto destacou que a diplomacia prevê reciprocidade entre os países, e que isso não vem acontecendo com a Bolívia e o Paraguai. Na opinião do deputado Zé Teixeira (DEM), a presidente Dilma deveria usar sua autoridade para cortar relações com esses países. “Não entendo por que ela não faz isso”, questionou.
O petista Paulo Duarte lembrou que a única entrada desses veículos é a ponte sobre o rio Paraguai e defendeu maior fiscalização no local.
EMOÇÃO
Pais dos estudantes mortos na Capital, Paulo Fernandes e Rubens Silvestrini pediram providências nesta terça-feira, na Assembleia Legislativa, para que não aconteçam novas tragédias.
Leonardo e Breno foram executados friamente na última quinta-feira (30), com tiros na cabeça, em Campo Grande, por uma quadrilha que iria trocar o veículo Pajero que estava com os garotos por 3 kg de cocaína, na Bolívia.
Para eles, o crime não teria ocorrido se não houvesse a lei boliviana 133, que legaliza os veículos que circulam sem documento naquele país.
Por: Da Redação