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Cunhado pagou R$ 500 a enfermeiro para fazer aborto em Marielly

Hugleice da Silva pagou R$ 500 a Jodimar Ximenes Gomes fazer aborto em Marielly Rodrigues, de acordo com declarações feitas por ele nessa quinta-feira à Polícia Civil. O resultado do procedimento foi a morte da jovem, cujo corpo foi encontrado 21 dias após a prática, em um canavial de Sidrolândia, município onde fica a casa do enfermeiro.

Segundo o delegado responsável pelas investigações, Fabiano Nagata, um colega de trabalho de Hugleice falou para ele sobre Jodimar, referindo se ao enfermeiro como “Jodi pedicure”.

Diante das informações repassadas pelo colega, o marido da irmã de Marielly foi até Sidrolândia no dia 19 de maio, encontrou Jodimar e negociou com ele o procedimento, ficando acertado R$ 1 mil.

Hugleice pagou adiantado R$ 500 e dois dias depois, no fim da tarde, levou a cunhada até a residência do enfermeiro. Conforme versão apresentada por ele, ficou do lado de fora do imóvel até Jodimar avisa-lo que a garota havia morrido.

Ele então estacionou a caminhonete Mitsubichi na garagem da casa e, com a ajuda de Jodimar, colocou o cadáver de Marielly dentro, o deixando no canavial, local indicado, segundo Hugleice, pelo enfermeiro.

Conforme a Policia, Hugleice diz que “acha” que é o pai do filho que Marielly esperava. Segundo ele, a relação sexual com a cunhada aconteceu no fim do ano passado e, além disso, a jovem havia tido relacionamento amoroso com outros rapazes.

“A gente não acredita que a relação [entre Marielly e o cunhado] tenha sido somente na época que ele disse. Ele está casado com a irmã dela há sete anos”, diz o delegado responsável pelas investigações.

Fabiano Nagata explica que o fato de Hugleice ser ou não o pai do filho que a jovem esperava, não o pune, judicialmente, mais ou menos pelos crimes que cometeu: participação em aborto e ocultação de cadáver.

Próximos passos

O amigo de Hugleice, que o indicou Jodimar, será ouvido pela Polícia na próxima semana.

A Polícia aguarda ainda o resultado da perícia a ser feita na caminhonete de Hugleice e informações de várias quebras de sigilos telefônicos. O delegado não confirma de quem e nem de quantas pessoas, diz apenas que “são várias”.

Também é aguardada perícia a ser feita nas duas macas apreendidas no salão de beleza de Jodimar.

O caso

Marielly saiu de casa, no Jardim Petrópolis, no dia 21 de maio – sábado – dizendo que iria resolver um problema e não foi mais vista. A família dela, inclusive Hugleice, e amigos, espalharam cartazes pelo bairro, e-mails e foram à OAB/MS e Assembléia Legislativa.

O corpo foi encontrado no dia 11 de junho com roupa diferente daquela que a garota havia saído de casa, sem feto e com cor acinzentada, indicando a perda de sangue.

A perícia constatou que não havia marcas de violência no corpo e que, diante da informação de que ela estava grávida, a morte foi resultado do aborto malsucedido.

A Polícia suspeitou de Hugleice porque quebra de sigilo telefônico constatou que ele foi a última pessoa com quem ela conversou, a empregada de Jodimar o viu na residência onde ela trabalhava e, ainda, porque no local onde o cadáver estava havia embalagens de halls, ‘vício’ do rapaz, conforme informado pela dentista dele à Polícia.

A família de Marielly mentiu à Polícia sobre Hugleice. Todos disseram que o rapaz estava em casa no dia 21 de maio, no fim da tarde, quando a operadora de celular dele indicou que ele estava em Sidrolândia. A princípio, a família não será punida criminalmente pela mentira.

Jodimar

O enfermeiro continua negando envolvimento no caso. Ele se apresentou à Polícia no dia seguinte ao decreto da prisão. A defesa dele contesta as provas reunidas pela Polícia contra ele.

Segundo a Polícia Civil, há comentários em Sidrolândia que Jodimar fazia abortos, fato que será verificado posteriormente. (CG News)

 

Por: Da Redação

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