Mais de 5 mil trabalhadores já foram demitidos do corte de cana para as usinas de Mato Grosso do Sul. Eles foram substituídos por máquinas que fazem o mesmo trabalho nas lavouras. A informação é da Fetagri/MS (Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Mato Grosso do Sul), que está preocupada com essa situação que tende a se agravar ainda mais no Estado.
“Esse é um quadro que sempre tememos em nosso Estado. Nossos trabalhadores estão sendo desempregados aos montes nas usinas de Mato Grosso do Sul”, informa Geraldo Teixeira de Almeida, presidente da federação. Ele citou que esta semana só da usina de Naviraí foram demitidos 400 trabalhadores.
Com esse novo quadro econômico e social, aumentam os problemas dos municípios onde esses trabalhadores desempregados fazem bicos para sobreviver ou engrossam as filas de barracões de lona à espera de um pedaço de terra da reforma agrária.
Geraldo Teixeira de Almeida se diz preocupado com esse problema. Ele disse que não tem visto nenhuma ação do poder público para resolve-lo. Esses trabalhadores, na sua maioria, não sabem exercer outras atividades, ou seja, não têm qualificação profissional. “É preciso agir rápido, de alguma forma, para impedir tanto desemprego de uma só vez como estamos vendo em Mato Grosso do Sul, onde as máquinas estão invadindo as lavouras de cana, ocupando o espaço que era exercido pelos trabalhadores, cortadores de cana”, alerta Geraldo.
MARCHA DAS MARGARIDAS
Na segunda-feira (15), sete ônibus lotados de mulheres partem de Mato Grosso do Sul a Brasília para a 4ª Marcha das Margaridas, que mobilizará mais de 100 mil mulheres de todo Brasil para o movimento que acontece dias 16 e 17 de agosto no Distrito Federal.
A saída da Fetagri/MS será às 9 horas, informa Virgínia Rodrigues da Silva, responsável pela Coordenadoria Estadual de Mulheres Trabalhadoras Rurais de MS, ligada à federação. “Essa será uma ação estratégica das mulheres do campo e da floresta para conquistar visibilidade, reconhecimento social, político e cidadania plena”.
A agenda política da quarta edição da Marcha tem como lema o desenvolvimento sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade. O movimento se apóia em sete eixos principais: biodiversidade e democratização dos recursos naturais – bens comuns; terra, água e agroecologia; soberania e segurança alimentar e nutricional; autonomia econômica, trabalho, emprego e renda; saúde pública e direitos reprodutivos; educação não sexista, sexualidade e violência; e democracia, poder e participação política.
Para o presidente da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), Alberto Broch, a Marcha das Margaridas é um evento grandioso, que demonstra a capacidade de organização da Contag e sua capilaridade: “Quando queremos fazer algo, nosso poder de mobilização é enorme e a Marcha é uma grande demonstração disso”. Com base na dimensão do evento, ele alertou para a necessidade de todos estarem unidos e de que haja empenho geral.
PROGRAMAÇÃO
A Marcha das Margaridas concentra atividades a partir das 20h do dia 15 de agosto, quando da chegada dos ônibus com as primeiras delegações. Para a manhã do dia seguinte, estão previstos a Inauguração da Mostra Nacional das Margaridas, Painéis de Debates, lançamento da Campanha Contra os Agrotóxicos e do Projeto de Lei de Iniciativa Popular para Reforma Política, além de atividades culturais, uma sessão solene no Congresso Nacional e Exposição Fotográfica sobre a trajetória de lutas das mulheres trabalhadoras rurais. À tarde, acontece o lançamento do CD Canto das Margaridas e logo mais, à noite, show com Margareth Menezes.
No dia 17 de agosto, a saída das mulheres da Cidade das Margaridas rumo à Esplanada dos Ministérios está prevista para as 7h da manhã. Lá chegando, as mulheres realizam o ato político da Marcha em frente ao Congresso Nacional. A presidenta Dilma já confirmou, por meio da Secretaria-Geral da Presidência da República, que encontrará as mulheres logo após o ato. O retorno das delegações aos seus respectivos estados acontece a partir das 17h.
Por: Da Redação