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Campo Grande: Buzinaço de lojistas pede reabertura do comércio em meio a pandemia de coronavírus

 

Carreata de empresários que defendem a retomada da atividade econômica em Campo Grande, restrita por decretos emitidos pela Prefeitura da Capital como forma de combater a pandemia de coronavírus (Covid-19), já circula na tarde desta sexta-feira (27) em ruas da região central.

A Guarda Civil Municipal de Trânsito isolou o quadrilátero ao redor do Paço Municipal, onde deveria ocorrer a concentração dos grupos. Com isso, os manifestantes repetem buzinaços dando voltas nas quadras envolvendo as Ruas 25 de Dezembro, Barão do Rio Branco e Bahia. Em certo momento, um Renault Clio furou o bloqueio e acessou o trecho em alta velocidade, destruindo um cone.

A reportagem estimou, no início do ato cerca de 100 veículos participando do protesto –alguns deles já tinham dado a volta nesse perímetro pelo menos sete vezes, à espera de uma possibilidade de falar com o prefeito Marquinhos Trad (PSD). A estimativa oficial de quantos carros participam do buzinaço deve ser divulgada pela Guarda Municipal ainda nesta tarde.

Depois do buzinaço nas ruas aos arredores da prefeitura, os comerciantes seguiram pela Avenida Afonso Pena até a altura do Parque das Nações Indígenas. A carreata segue na região dos altos da Afonso Pena.

Entre aqueles com quem o Jornal Midiamax conseguiu falar, a posição era a mesma: é necessário reabrir o comércio tanto para que serviços prestados à sociedade retornem para que empresários tenham condições de pagar salários dos funcionários ou bancar a própria subsistência.

“A gente tem de pagar salários. Imagine você, se morar de aluguel e disser para o seu senhorio que não terá dinheiro para pagar. O que ele vai dizer? Temos conta para pagar. E o prefeito fechou a quadra e não deixa a gente se manifestar direito”, afirmou um manifestante.

Também presente ao buzinaço, a fisioterapeuta Dianina Gonzales disse ser necessário a flexibilização das medidas para reabertura do comércio, a fim de que possa voltar a atender seus pacientes. “Trabalho em uma clínica e atendo a pacientes que precisam do meu serviço. E eu também preciso trabalhar”, afirmou ela. “Precisa afrouxar algumas medidas para que possamos trabalhar tranquilos, dentro das normas da OMS [Organização Mundial de Saúde]”.

O comerciante Oswaldo Neto foi outro a reclamar. “Está tudo fechado e a gente não consegue trabalhar. O que foi feito até agora não é constitucional”, disparou. “Sou empresário, pai de família. Precisamos nos precaver, mas também precisamos pagar as nossas contas. Claro que tem de priorizar a saúde, mas temos família para criar e cuidar”.

No trecho, havia também pessoas que engrossaram o protesto mesmo não sendo do comércio. Embora diferentes veículos e motociclistas (inclusive afiliados a operadores de delivery) passassem pela esquina buzinando, não houve maiores tumultos nas imediações. A CDL-CG (Câmara dos Dirigentes Lojistas de Campo Grande) informou não participar diretamente do ato, uma vez que negocia diretamente com Marquinhos o afrouxamento das medidas sanitárias.

Efeito cascata

Protestos do gênero vêm sendo convocados em diferentes cidades do país contra as medidas sanitárias decretadas por governadores e prefeitos, intensificadas depois que o presidente Jair Bolsonaro entrou em rede nacional e pediu para que os gestores públicos afrouxassem as regras sanitárias –fato que gerou tensões no meio político.

Após o pronunciamento, alguns gestores iniciaram a redução das medidas adotadas. Em Campo Grande, por exemplo, foi liberado o funcionamento de restaurantes, lotéricas e igrejas, desde que atendidas exigências que evitem aglomerações. As recomendações envolvem a manutenção de distâncias superiores a 1,5 metro entre as pessoas e higienização constante para evitar o contágio pelo coronavírus, que ataca o sistema respiratório.

No Estado, até a tarde desta quinta-feira (26), havia 25 casos confirmados de Covid-19, o último deles em um bebê de 3 meses. Ainda não há mortes confirmadas no Estado –no país, são pelo menos 77 e mais de 3 mil casos.

*Informações Midiamax