Discutir o real impacto socioeconômico do uso dos agrotóxicos em monoculturas e suas relações com os problemas de saúde da população brasileira não é uma tarefa fácil no “país do agronegócio”, que é o maior consumidor destes produtos no mundo, e principal recebedor dos principais venenos internacionalmente proibidos, sendo uma válvula de escape para despachar o “prejuízo” causado as indústrias bilionárias do setor que fogem das leis sanitárias rígidas mundo a fora.
Para debater esse assunto, foi aprovado na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados em Brasília (DF), o requerimento do deputado federal Zeca do PT para realização de um seminário, tratando dos impactos na saúde dos trabalhadores e trabalhadoras rurais decorrente do uso de agrotóxicos utilizados em Mato Grosso do Sul. O evento será organizado em conjunto com deputado estadual Pedro Kemp (PT), e é previsto para o segundo semestre.
De acordo com Zeca do PT, dados de uma pesquisa do Inca (Instituto Nacional de Câncer) apontam altos riscos à saúde humana associada ao uso indiscriminado de agrotóxicos. Zeca ressalta ainda, que nos campos e lavouras do Estado são consumidos 40 litros por habitante/ano, muito além da média nacional, que é de 5 litros por habitante, de acordo com levantamento apresentado pelo pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, professor Wanderlei Pignati em evento organizado pelo Ministério Público Federal (MPF) neste mês em Campo Grande.
“Os riscos a saúde devido à exposição aos agrotóxicos, hoje não estão limitados aos trabalhadores e trabalhadoras do campo, mas também aos consumidores finais destes produtos alimentícios in natura ou industrializados como: biscoitos, salgadinhos, pães, pizzas e outros, que têm como ingredientes trigo, milho e soja, e que também podem contaminar carnes e leites de animais devido às rações”, alerta o deputado.
O documento público divulga pelo Inca ressalta os riscos dos agrotóxicos à saúde, em especial por sua relação com o desenvolvimento de câncer, e outros problemas como infertilidade, impotência, abortos, malformações fetais, neurotoxicidade, desregulação hormonal, além de depressão e outros efeitos sobre o sistema imunológico. (Assessoria de Imprensa)
Por: Da Redação