“Agora caiu a ficha!”. É assim que moradores de Batayporã, distante 313 quilômetros de Campo Grande, definem o atual momento na cidade, desde que uma moradora do município com pouco mais de 11 mil habitante se tornou a primeira no Estado a morrer em decorrência do novo coronavírus.
“Caiu a ficha que o problema é grande e grave. A cidade está abalada”, afirma a técnica de enfermagem Ana Clara Mingotti, de 23 anos, ao revelar que a circulação nas ruas do município caiu em pelo menos 50%.
Moradora de Batayporã Eleuzi Silva Nascimento, de 64 anos, morreu nesta terça-feira (31), depois de ser diagnosticada com o novo coronavírus no dia 24 de março. Ela teve contato com duas irmãs que viajaram para a Bélgica.
Diante da ameaça do vírus, desde o último dia 21, decreto da prefeitura da cidade suspendeu as atividades no comércio e autorizou circulação nas ruas somente até às 20 horas. Mesmo assim, segundo moradores, a movimentação ainda era intensa na cidade. Com a morte, a realidade agora é outra.
“A ficha está caindo e muitos estão evitando se expor, principalmente quem está no grupo de risco”, revela. a auxiliar administrativo Rose Santana, de 34 anos. Segundo ela, a morte de Eleuzi tem sido bastante comentada na cidade, que com medo, tem se prevenido contra o vírus da maneira que pode.
Para a operadora de caixa Carla Victor da Silva, “agora as pessoas começaram a ficar com medo e ver que a situação é séria”. Segundo ela, uma das provas é a queda na circulação de pessoas nas ruas da cidade. “Caiu a ficha para quem não estava acreditando muito”, finaliza.
Após a morte de Eleuzi, o prefeito Jorge Luiz Takahashi (MDB) manteve restrições ao comércio e atividades no município, e pediu que a população “fique em casa”.
*Campo Grande News