A operação para controle, extinção e monitoramento do incêndio florestal na Serra do Amolar, no Pantanal, continua a ser realizada pelo Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul. O trabalho no local completou 12 dias, nesta sexta-feira (9).
Os bombeiros passaram a atuar na área no dia 29 de janeiro, dois dias após o fogo ser identificado, e no dia 1° de fevereiro o GOA (Grupamento de Operações Aéreas) iniciou o combate aéreo das chamas – com o empenho da aeronave ‘air tractor’ que lançou água em locais onde os bombeiros, em solo, não conseguiam acessar.
Uma equipe de bombeiros militares permanece na região atingida pelas chamas, para garantir o monitoramento, e caso haja retorno do fogo, a rápida atuação. Durante a semana, mesmo após o controle do incêndio florestal, houve reignição das chamas. A área foi tomada por fumaça, oriunda do Mato Grosso, onde também ocorre incêndio florestal.
“A guarnição ficou no local e na quarta-feira (7) outra ficou a pronto emprego em Corumbá, caso houvesse necessidade. Os bombeiros foram no local do incêndio, havia muita fumaça vindo do Mato Grosso, que o vento trouxe para a Serra do Amolar e dificultou até mesmo a visualização na área”, explicou a tenente-coronel Tatiane Inoue, diretora de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros Militar, que realiza o monitoramento dos incêndios florestais no Estado.
Também há dois dias, o Corpo de Bombeiros esteve na área do incêndio para uma vistoria, onde não foi possível chegar com uso de embarcação. “Eles entraram aproximadamente 650 metros para mais próximo do fogo, no terreno de difícil acesso. Era muita fumaça e pouco fogo. Ontem (8) foi mantido o monitoramento”, disse Inoue.
Já nesta sexta-feira (9), os bombeiros voltaram a combater as chamas no local. “Hoje, a guarnição continua na área, e tem um incêndio. É muita fumaça, menos fogo, pois é só um foco”, afirmou a tenente-coronel.
A área queimada ultrapassou 4 mil hectares e o controle das chamas foi possível devido a atuação coordenada por terra e ar.
O uso das aeronaves no combate ao incêndio, além do apoio com uso de tecnologias, contribuiu para o trabalho do Corpo de Bombeiros. A atuação aérea é realizada de forma coordenada com o combate às chamas em solo. A ação conjunta contribuiu para controlar o fogo, que é atípico nesta época do ano.
Serra do Amolar
A região da Serra do Amolar, de acordo com informações do IHP (Instituto Homem Pantaneiro) – que atuou no controle das chamas, com brigadistas voluntários desde o dia 27 de janeiro, quando o fogo teve início –, compreende território de grande biodiversidade, além de ser área de Reserva da Biosfera e Patrimônio Natural da Humanidade.
O território é formado por 80 km de extensão de morrarias que chegam a ter quase 1 mil de altitude. Essa área fica a cerca de 700 km de Campo Grande, a partir de Corumbá e por via fluvial – só é possível acessar o local por ar ou pelo Rio Paraguai.
Devido a várias particularidades, incluindo os seus elementos naturais, geográficos e ecológicos, a região tem potencial de abrigar espécies de plantas e animais que são de exclusividade da Serra do Amolar, onde há interações de fatores geográficos, climáticos e ecológicos que criam ecossistemas particulares que não são encontrados em outras partes do Pantanal.
Além disso, trata-se de um território considerado uma barreira natural para o fluxo das águas, que se difere completamente de todo o restante do bioma. Na área existe uma variedade de terrenos e paisagens, áreas com características de Mata Atlântica, de Pantanal, de Amazônia, o que resulta na sua riqueza de biodiversidade.
*Natalia Yahn, Governo de MS / Foto: Natalia Yahn