Alvo de novo vídeo com ataques à sua honra, o deputado estadual Alcides Bernal (PP) declarou, nesta terça-feira (23), que a gravação “é uma armação grotesca” e com “impressões digitais” dos interessados em prejudicá-lo. Para provar sua inocência, ele apresentou hoje laudo pericial que detectou “edições crassas” no vídeo.
Com a prova em mãos, Bernal promete procurar a Polícia Federal e a Justiça Eleitoral para exigir a punição do autor da “montagem” e direito de resposta nos órgãos de comunicação que reproduziram a gravação.
O candidato adiantou ainda pedir a cassação dos registros das candidaturas a prefeito de Edson Giroto (PMDB) e a vice de Dagoberto Nogueira (PDT). “Esse vídeo tem impressões digitais de quem seria beneficiado com essa armação grotesca”, justificou.
No último domingo (21), a gravação foi postada no YouTube e virou capa do site de notícias Capital News na segunda-feira (22) e nesta terça-feira (23) dos jornais Correio do Estado e do Estado de Mato Grosso do Sul. No vídeo, Bernal aparece em conversa com um empresário interessado em contribuir com recursos para a campanha.
O tal empresário supostamente entrega ao candidato R$ 200 mil iniciais de um montante de R$ 300 mil. Ainda no vídeo, o deputado teria revelado precisar de R$ 15 milhões para tocar a campanha eleitoral.
Segundo Bernal, enquanto frequentava o Fran’s Café, o tal empresário se dirigiu à sua mesa, ocupada por várias pessoas. “Ele veio me oferecer apoio de um sobrinho candidato a vereador, supostamente insatisfeito com a sua coligação”, relatou Bernal.
Na mesma conversa, o empresário teria comentado sobre os altos custos de uma campanha e como funcionaria a arrecadação de recursos. “Mais ouvi do que falei e em nenhum momento ele me passou dinheiro por debaixo da mesa”, garantiu Bernal.
Para o candidato, o empresário usou de má fé e distorceu a gravação. “A falsidade é tão grotesca que uma nota de R$ 100 representaria os tais R$ 200 mil”, frisou.
Laudo pericial
Indignado com a “montagem”, Bernal acionou o Instituto de Perícias Científicas (IPC) para provar sua inocência. O laudo, assinado pelo diretor executivo Fernando Machado Klein, confirma uma “edição crassa”. Ainda de acordo com o estudo técnico da gravação, “fica evidente a ausência de movimento labial, enquanto que no vídeo o mesmo (Bernal) estaria falando”.
Quando supostamente o candidato informa precisar de R$ 15 milhões para tocar a campanha, a perícia detectou “perceptível apenas a menção numeral ‘15’”. Sobre o trecho no qual o interlocutor diz “pega o dinheiro rápido para o pessoal não ver”, o laudo apontou que “a audição deixa clara que o mesmo foi inserido ao vídeo, pois os ruídos externos cessam”.
No momento em que o empresário supostamente entregaria os R$ 200 mil a Bernal, a perícia informou que “o interlocutor estende uma cédula aparentemente de R$ 100, com novo formato”.
Em busca de Justiça
Com a perícia em mãos, Bernal adiantou procurar a Polícia Federal e a Justiça Eleitoral. A intenção dele é processar o empresário por montar o vídeo e por crime contra a honra.
Em relação aos veículos de comunicação que estamparam o vídeo na capa, ele vai buscar direito de resposta. “Espero que a Justiça seja rápida”, comentou, lembrando da proximidade do dia das eleições.
Para Bernal, desde a montagem do vídeo a divulgação em massa é resultado “de atos pensados e programados”. “A gente sabe a quem isso interessa”, comentou.
Indagado sobre os prejuízos a sua imagem e, consequente, a corrida por votos, o candidato garantiu estar tranquilo por confiar na “inteligência do eleitor”. “Tem dias que fico indignado com tanta baixaria, pois nunca vi uma campanha com tantos ataques, mas recarrego minha bateria com a declaração de apoio que recebo a toda hora das pessoas nas ruas”, finalizou. (Midiamax)
Por: Da Redação