O vereador protocola na manhã desta segunda-feira (22) o pedido de impeachment do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, baseado na delação do empresário Wesley Batista, da JBS.
“São quase trezentas folhas, muito bem detalhadas, do termo de colaboração premiada do empresário. É uma farta documentação com número de notas também”.
De acordo com o vereador, a tramitação do pedido passa pelo presidente da Assembleia, Junior Mochi (PMDB) e pelas comissões, que avaliam com parecer favorável ou não. Se aceito, vai para votação em plenário, onde deve ter dois terços dos deputados concordando para se efetivar.
Delação premiada
No vídeo da delação do empresário Wesley Batista, da JBS, divulgado na última sexta-feira (19) após quebra de sigilo na Operação Lava Jato pelo STF (Supremo Tribunal Federal), há um termo de delação referente apenas a Mato Grosso do Sul.
Nele, o empresário revela que os ex-governadores Zeca (PT), André Puccinelli (PMDB) e o atual líder do executivo estadual Reinaldo Azambuja (PSDB) teriam recebido propina em troca de supostos incentivos fiscais.
Wesley garante ter provas contra Puccinelli, que teria arrecadado R$ 90 milhões nos oito anos de governo, sendo R$ 30 milhões em espécie e R$ 60 milhões por meio de doleiro. O ex-governador teria como ‘operadores’ o ruralista Ivanildo Miranda e André Luiz Cance, segundo a delação.
Reinaldo Azambuja (PSDB) teria recebido R$ 10 milhões, além de R$ 12,9 milhões por meio de notas frias de um frigorífico, de acordo com o empresário.
Em nota emitida no mesmo dia, Reinaldo nega recebimento de propina e diz que tudo que recebeu da empresa, para sua campanha em 2014, foi feito de forma oficial, declarado à Justiça Eleitoral.
“Esclareço que referido termo assinado em minha gestão teve como objeto investimentos para ampliação e geração de novos empregos em diversas unidades frigoríficas em Mato Grosso do Sul, conforme legalmente estabelecido pela política de incentivos estadual”, afirma o texto distribuído à imprensa.
A nota prossegue com o comentário de Reinaldo sobre valores que teria recebido irregularmente, segundo a delação. “Em relação à declaração de que recebi aproximadamente R$10.000.000,00 (dez milhões de reais) dos empresários, informo que o valor exato é de R$ 10.500.000,00, (dez milhões e quinhentos mil reais) repassados pelo PSDB nacional e que constam regularmente declarados na prestação de contas eleitoral de minha candidatura em 2014”.
Para encerrar, o governador argumenta que tem compromisso com a transparência na gestão pública e afirma que “qualquer outra alegação de fatos ilícitos envolvendo meu nome e a empresa JBS não condiz com a verdade, e será devidamente comprovado.” (Midiamax)