Os vereadores de Corumbá consideram “irrisório” o retorno financeiro que a mineradora Vale destina ao município pela exploração das reservas minerais de Urucum, um recurso não renovável, e são a favor de uma audiência pública para debater a questão com a sociedade.
“A empresa fatura milhões de dólares com o nosso minério e a compensação que fica é quase nada. Não há comprometimento da Vale com a região e apenas ouvindo que sua produção e o faturamento estão aumentando”, criticou o vereador Oséas Ohara (PMDB).
A Câmara vai encabeçar um movimento de mobilização da classe política do Estado para pressionar o Congresso e o governo a aprovarem o novo marco regulatório do minério, que deverá ser semelhante ao do petróleo, garantindo maior fatia tributária (em royalties) aos municípios detentores de jazidas.
Governador
O assunto está na pauta da reunião que os vereadores terão com o governador André Puccinelli, que visitará Corumbá no próximo dia 1º de junho.
“Vamos pedir o apoio do governador para fazer gestão junto a nossa bancada federal, formando uma frente de apoio ao projeto do marco regulatório”, explicou o vereador Salatiel Francisco do Nascimento (PDT).
O vereador João Bosco da Silva e Souza (PT) disse que a proposta de uma audiência pública demonstra o comprometimento do legislativo corumbaense com uma questão que se arrasta por muito tempo. Disse que o debate deve envolver a bancada federal e também a população.
Transparência
A discussão do tema, na sessão desta segunda-feira, incluiu outro questionamento: os investimentos que a Vale garante liberar para a prefeitura. O vereador Dirceu Miguéis disse que os R$ 300 mil que a empresa doou para o projeto de reurbanização da entrada da cidade “é muito pouco”.
Os vereadores Salatiel Nascimento e Oséas Ohara pediram transparência na aplicação dos recursos que a Vale destina ao município, grande parte direcionada à saúde. “A população não vê melhora nos serviços da saúde”, questionou Oséas.
Por: Da Redação