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Vale patrocina livro sobre o Banho de São João de Corumbá

A obra aborda de forma única os ritos e rituais da preparação da festa e a fusão religiosa
As celebrações do “banho” se confundem, não existe classificação de níveis sociais

A corumbaense Hélènemarie Dias Fernandes, turismóloga engajada na pesquisa da cultura popular e com o desenvolvimento local, está finalizando mais uma importante obra literária de registros e de multimídia de grande relevância para a conservação da memória coletiva e do patrimônio histórico de Corumbá e do Pantanal.

O novo projeto revela o universo e a magia em torno da celebração do Banho de São João, em que a autora descreve e desvenda com riqueza de detalhes o sincretismo religioso e a afetividade que envolvem as comunidades festeiras durante a preparação da festa junina, que ocorre somente em Corumbá.

Com a primeira parte financiada pelo Fundo de Investimento Cultural de Mato Grosso do Sul (FIC), o projeto ganha novo fôlego firmando um contrato de patrocínio com a mineradora Vale para a publicação do livro. Presente no desenvolvimento da região, a Vale apoia e valoriza iniciativas que buscam estimular a compreensão da raiz cultural pantaneira.

Em 2010, Hélénemarie Dias lançou seu primeiro livro – A (re)territorialização do Patrimônio Cultural Tombado do Porto Geral de Corumbá no Contexto do Desenvolvimento Social -, onde tratou da transformação da histórica área portuária em espaço de todos e convidou o corumbaense a se apropriar dela, buscando sua própria identidade.

Escritora e turismologa Hèlénemarie Dias Fernandes

Salve João!

A nova obra a ser lançada em junho coloca o fomento do evento no porto geral da cidade em segundo plano para revelar in loco a pureza de fé, a crença, alegria e superstição que se passam nas casas dos festeiros, durante todo o ano, culminando com o “batismo” do santo nas águas do Rio Paraguai – uma das manifestações mais tradicionais do país.

“Deus te salve João Batista! Uma contribuição sobre o Banho de São João de Corumbá”, título do seu novo trabalho de registros, revisita e aborda de forma única os ritos e rituais da preparação da festa e a fusão religiosa, unindo catolicismo e matrizes africanas no ápice da festividade, entre os dias 23 e 24 de junho.

Umbanda e o candomblé tem fortes influências em Corumbá, cuja população é 70% afrodescendente. As celebrações do “banho” se confundem, não existe classificação de níveis sociais. Os conceitos, segundo Hélènemarie Dias, se contrapõem ao cumprimento de uma graça atendida pelo santo justiceiro, que se torna parte da família.

Laços históricos

O livro enriquecido com imagens desse universo místico acompanhará de um DVD multimídia, em três idiomas (português, inglês e espanhol), com apresentação do projeto, depoimentos e mapeamento dos festeiros, que são em média 100, e registros em vídeo dos andores em procissão para banhar o santo.

A manifestação cultural secular, hoje integrando o calendário turístico-religioso da cidade pantaneira, surgiu do processo migratório que ocorreu na região, no período colonial, com a chegada das etnias europeias e africanas e o encontro com o índio, acrescentando-se novos elementos, como a viola-de-cocho.

Em janeiro de 2010, o governo do Estado reconheceu oficialmente o Banho de São João de Corumbá como patrimônio imaterial histórico e cultural, registrado no Livro das Celebrações. O próximo passo é o tombamento nacional, que está sendo analisado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

Contatos com Hèlénemarie:
Celular 67 9987.2010
Email: marie@marieconsultoria.com.br

 

Por: Da Redação

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