Corumbá

Sem pesca, moradores de Porto Esperança ficam sem alternativa de renda

 

Porto Esperança foi um movimentado entreposto comercial e de passageiros até a década de 50, quando passou a operar o trem até a fronteira com a construção da ponte ferroviária Eurico Gaspar Dutra.

Hoje, é um povoado abandonado à própria sorte, onde a população, cada vez menor, não tem alternativa de renda e futuro, a não ser na temporada de pesca (março a outubro).

De novembro a fevereiro, os moradores sobrevivem de fretes, aluguel de barcos e, muitos, vem para a cidade em busca dealt empregos temporários. Nesse vai-e-vem, muitos ficam em Corumbá, abandonado o lugar.

“A gente, ultimamente, vive de teimoso aqui”, diz o pescador Sérgio Gomes de Matos, 60, que não recebe cesta básica ou salário-desemprego durante a piracema. “Até o peixe ta difícil pra gente comer”.

A presença da mineradora Vale, que opera um dos maiores portos da Hidrovia do Paraguai, não alterou a vida de Porto Esperança, conta dona Jorgina de Almeida, presidente da associação de moradores.

“A Vale deveria capacitar os nossos jovens, é um apelo nosso. Mas os empregos que oferece aqui a gente conta na mão. Sem emprego e ensino de segundo grau, os jovens vão embora”, conta ela.

Muitos moradores ganham salário mínimo cuidando das pousadas de pescadores amadores, a maioria de São Paulo e Paraná, construídas em palafitas.

O retorno do Trem do Pantanal tornaria Porto Esperança um entroncamento de turismo, mas o trem chegou somente até Miranda, metade do caminho. A estação ferroviária, de 1914, foi restaurada e está preservada.

O lugarejo ficou inundado alguns meses durante a forte cheia do ano passado, não recebendo nenhum socorro da prefeitura de Corumbá. Agora, o barranco de três metros de altura que circunda a vila revela a seca. (Capital do Pantanal)

 

Por: Da Redação