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Saúde distribui mais de 5 mil preservativos e intensifica ações contra IST/AIDS

Desde o dia 20 de janeiro, cerca de cinco mil preservativos e mais de 1.400 unidades de gel já foram distribuídos desde o dia 20 de janeiro pela Prefeitura de Corumbá. Alguns dos alvos da ação foram os barracões de escolas de samba, para onde os servidores do Município se deslocaram à noite, durante ensaios técnicos. A Secretaria Municipal de Saúde intensificou atividades de prevenção a infecções sexualmente transmissíveis por causa da proximidade do carnaval. A distribuição de preservativos continuará intensa até o final do período festivo.

O serviço tem sido realizado por equipes do Programa de Combate às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST/AIDS), vinculado à Coordenação de Vigilância Epidemiológica e Vigilância em Saúde. “O grupo começou a frequentar os barracões, ensaios e eventos de grande importância para tentar sensibilizar as pessoas quanto ao uso de preservativos”, afirmou Viviane Ametlla, gerente de Vigilância em Saúde do Município.

Conforme Viviane, é preocupante o aumento de pacientes diagnosticados com ISTs. “Temos uma preocupação muito grande com a questão da Aids, como também da sífilis, que tem aumentado bastante no Brasil e em Corumbá não tem sido diferente. Os números estão elevados e precisamos tentar sensibilizar as pessoas para fazerem o sexo seguro”.

Ela afirmou ainda que há atenção maior na faixa etária dos adolescentes, já que o número de meninas gestantes é alto e a quantidade de adolescentes com doenças sexualmente transmissíveis é elevada. “Os adolescentes têm começado a vida sexual cedo e precisam estar atentos a esses cuidados porque essas doenças não têm cara, mas a preocupação não é só com eles, temos também os idosos que estão redescobrindo o sexo”, disse Viviane Ametlla.

Com relação aos estudantes mais jovens, Viviane afirmou que a Secretaria Municipal de Saúde vai estabelecer novo diálogo com a Secretaria Municipal de Educação para organização de projeto com objetivo de orientar adolescentes sobre o tema. “Vamos retomar essa conversa com o novo secretário [interino] para estabelecermos de que maneira podemos abordar esse assunto porque é algo delicado, tem que ter toda uma metodologia para se falar com adolescente, já que a ideia é prevenir as doenças”, disse Viviane.

Consequências da sífilis congênita

De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde, no segundo semestre de 2017 foram notificados 70 novos casos de AIDS/HIV em Corumbá, sendo 68 em adultos e dois em crianças (uma do Brasil e outra da Bolívia). Com relação à sífilis, foram 64 notificações no mesmo período em diversas classes de pessoas e 32 em gestantes. Houve um caso de sífilis congênita, quando a doença passa da mãe para o bebê, geralmente quando a gestante não faz o pré-natal adequadamente.

Conforme o Ministério da Saúde, a incidência de sífilis entre recém-nascidos no Brasil é alta. Para evitar que a doença seja passada da gestante para o bebê, é necessário realizar o pré-natal com exames que visam a detectar a DST. O tratamento é simples, de custo financeiro baixo e bastante efetivo. Vale ressaltar que em caso de gestante com sífilis, é necessário que o parceiro também faça o tratamento para não ocorrer reinfecção. A sífilis materna sem tratamento pode levar ao aborto espontâneo, nascimento prematuro ou o bebê pode nascer aparentemente saudável e passar a desenvolver sinais da doença com o passar do tempo.

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, na sífilis congênita precoce os sinais e sintomas surgem até os 2 anos de vida: baixo peso; coriza com sangue; obstrução nasal; prematuridade; inflamação de osso que envolve a cartilagem; choro ao manuseio; bolhas nas palmas das mãos e nas plantas dos pés; fissura peribucal; aumento do fígado e do baço; alterações respiratórias/pneumonia; icterícia; anemia geralmente severa; hidropsia; pseudoparalisia dos membros; e lesões na pele.

Já na sífilis congênita tardia, os sinais e sintomas surgem a partir dos 2 anos de vida: tíbia em “lâmina de sabre”; espessamento dos ossos do crânio que pode gerar aspecto grosseiro da fronte, chamada “fronte olímpica”; deformação nasal em que a ponte do nariz (sua parte superior) é achatada, muitas vezes bem próxima do resto da face; dentes incisivos medianos superiores deformados (dentes de Hutchinson); mandíbula curta; arco palatino elevado; problemas visuais graves; surdez neurológica; e dificuldade no aprendizado.


 

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