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Reunião aponta sugestões para coibir roubos e furtos de veículos na fronteira

Discussões tiveram presença de autoridades civis, militares e sociedade civil organizada (Foto: Renê Marcio Carneiro)

Em mais uma etapa de discussões dos Grupos Multisetoriais de Coordenação e Trabalho Bolívia-Brasil Segurança em Fronteira, uma situação que aflige a população fronteiriça há muito tempo foi colocada em pauta: o roubo e furto de veículos.

Os debates aconteceram durante a tarde desta quinta-feira, 24 de julho, no Hotel Nacional, em Corumbá, reunindo autoridades civis, militares, representantes de autarquias e sociedade civil organizada que pontuaram as deficiências e propuseram ações para fortalecer trabalhos conjuntos de fiscalização e repressão a roubos e furtos de veículos.

Após representantes dos dois países envolvidos apresentarem os quadros vigentes sobre o tema, buscou-se um diálogo proponente de ações das quais a criação de um cadastro internacional de veículos irregulares foi o destaque. A idéia foi apresentada pelo major Espíndola, da Polícia Rodoviária Estadual, e recebeu o apoio de todos os participantes da reunião que observaram a necessidade do cadastro ter acesso tanto para a checagem de informações como a alimentação com novos dados neste sistema.

O delegado regional da Polícia Civil em Corumbá, Evandro Corredato, apontou a necessidade da implantação de um trabalho permanente de troca de informações entre as Polícias Brasileira e Boliviana, já que é com grande rapidez que ocorre a troca de comando do outro lado da fronteira. Esse fator, segundo ele, não permite o desenvolvimento de um trabalho eficaz entre as forças policiais fronteiriças.

“Temos que instaurar um mecanismo independente de comando tanto no Brasil como na Bolívia, pois em dois anos e meio que me encontro na cidade de Corumbá já tivemos dez trocas de comando da Policia Boliviana”, comentou ao dizer que, em avaliações mensais sobre a criminalidade na região, apenas os casos de “roubo e furto de veículos é que não conseguem sair do vermelho”.

Para contribuir mais ainda no combate a esses crimes, levantou-se a necessidade de intensificar fiscalizações até mesmo adotando novas posturas para os órgãos aduaneiros com relação ao ingresso e saída de veículos entre os países.

O coronel Victor Tortoya Echeverria, chefe da Unidade de Segurança em Fronteira da ADEMAF (Agência para o Desenvolvimento das Macrorregiões e Zonas Fronteiriças) foi enfático ao afirmar que o Governo Boliviano está atuando de forma enérgica para o controle de entrada de veículos ilegais no país.

“É impossível hoje se legalizar um veículo irregular na Bolívia devido ao aparato para se descobrir a origem, a procedência dele. Isso é uma política de Governo e que outra nacionalização não será realizada como muitos vem afirmando. O que acontece é a clonagem de veículos, algo que infelizmente acontece devido a maus funcionários”, expôs o coronel ao lembrar que também muito dos veículos que adentram a Bolívia estão atrelados ao “golpe do seguro”.

Nas conversas também ficou ajustado o intercâmbio de informações entre autoridades bolivianas de Aduana, DOF (Departamento de Operações de Fronteira), Polícia Militar e Prefeitura Municipal de Corumbá.

“Esse diálogo tem que ser mantido porque é impossível se pensar em resolver o problema de uma cidade sem ter a participação da outra, já que somos países vizinhos, uma região que não cresce individualmente sem a participação, sem o envolvimento de todos”, avaliou o secretário de Governo do Município de Corumbá, Márcio Cavasana, que coordenou os trabalhos de debates em substituição da vice-prefeita, Márcia Rolon.

As reuniões binacionais surgiram a partir de uma conversa entre o prefeito de Corumbá, Paulo Duarte, e o presidente da Bolívia, Evo Morales, no início deste ano. O primeiro encontro aconteceu, na cidade boliviana de Puerto Quijarro, no mês de maio, com o tema “Imigração”. Em junho, o encontro veio para Corumbá, onde voltou a ser realizado esta semana. O próximo encontro acontecerá no lado boliviano, no dia 11 de setembro, com o tema “Saúde”.

 

Por: Da Redação

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