Corumbá

Regente do Coral Moinho leva projeto Sons da África a Moçambique

Regente leva projeto Sons da África e pretende comandar coral com 500 vozes de crianças africanas

 

Após se despedir das crianças do Coral Moinho, Denis Lopes parte para novo desafio em Moçambique (Foto: Emmanuel Leite/Nutec)
Regente leva projeto Sons da África e pretende comandar coral com 500 vozes de crianças africanas (Foto: Emmanuel Leite/Nutec)

Maputo, capital de Moçambique, detém um dos maiores índices de contaminação pela Aids do planeta, além de saneamento básico precário e grande parte da população em situação de vulnerabilidade. É justamente neste ponto de concentração de miséria e fragelos sociais que fica uma das ramificações da organização não-governamental Fraternidade Sem Fronteiras, com sede em Campo Grande. É para lá que neste sábado, 12 de abril, viaja uma equipe de 16 voluntários de quatro Estados brasileiros para uma missão social que visa reduzir os índices de desigualdade e promover a inclusão social.

Serão 16 profissionais, entre médicos e dentistas, e apenas um músico: Denis Lopes, regente do Coral Moinho. “Serão doze dias de imersão em três tribos, para viver como eles, comer o que eles comem, sem diferenças”, conta Denis. “É um dos maiores desafios da minha vida, por isso estou pesquisando tudo sofre os africanos”, acrescenta.

No coração das aldeias de Maputo, Denis vai implantar o projeto Sons da África. “A idéia do ONG é montar um coral com 500 vozes africanas”, afirma, durante um intervalo da aula do Coral do Moinho Cultural, em Corumbá. Denis está no Moinho há dois anos, indicado pela diretora artística Sônia Rolon, que conheceu em Campo Grande. “Quando soube que Corumbá possuía um projeto grandioso como o Moinho, senti vontade de pertencer a ele, e deu certo”, conta. “Hoje o Moinho é uma referência cultural no Estado”, ressalta.

Ele viaja uma vez por semana para dar aulas às crianças às segundas-feiras, e volta em seguida para seus outros compromissos na Capital. O Moinho, patrocinado pela Vale e com apoio da Prefeitura, completa dez anos de atividades e hoje reune 360 beneficiários de Corumbá, Ladário e cidades bolivianas da fronteira, muitas deles moradores de regiões em situação de vulnerabilidade. “São crianças educadas, estudiosas, que facilitaram o aprendizado”, observa Denis. “Aprendem a cantar e a ler partituras das músicas”, acrescenta.

Goianiense radicado na Capital, com licenciatura em Música e especialidade em Canto e Regência de Coral, Denis divide seu tempo entre o Coral da Enersul, o Coral dos Correios, o Coral do Sindicato dos Agentes Tributários do Estado e da Prefeitura de Sidrolândia.

Também é regente do Coral do Centro de Convivência dos Idosos. Leva para Moçambique uma experiência de 16 anos na música. “Pelo que observei nos documentários, os africanos das aldeias se identificam com a música, cantar e dançam suas tradições, sabem dividir as vozes”, comenta.

Projeto Sorriso sem Fronteiras

Ao seu lado, Denis Lopes terá dentistas que fazem parte do grupo “Amigos do Coração”, que vão desenvolver nas aldeias de Maputo o projeto Sorriso Sem Fronteiras, responsável pela saúde bucal das crianças africanas. Moçambique, que tem Maputo como capital, detém um dos três piores índices de desenvolvimento humano na escala mundial, de acordo com o relatório do PNUD divulgado em 2013. Entre 187 países pesquisados, ocupa a 185ª colocação, acima apenas de Congo e Níger. Além de Maputo, outra das ramificações da ong Fraternidade sem Fronteiras fica em Cuiabá, capital de Mato Grosso.

Gala Lírica no Moinho

Na volta, Denis prepara o lançamento no Moinho do projeto Gala Lírica, com dois dias de apresentações – 30 e 31 de maio – com um coral formado por 15 jovens e adultos selecionados entre os principais corais de Campo Grande. “Será um intercâmbio interessante, uma oportunidade de as crianças conhecerem um coral formado por vozes maduras e verem o que poderão vir a ser no futuro”, diz. (Assessoria de Imprensa Moinho)

 

Por: Da Redação