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Promotor vê promiscuidade na relação entre servidores e fornecedores

Durante um ano de investigações dos procedimentos licitatórios na prefeitura de Corumbá, um fato que chamou a atenção das autoridades judiciárias e policiais foi a relação de intimidade e conivência entre servidores do primeiro e segundo escalões e fornecedores.

Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça revelam o que o promotor de Justiça Luciano Lara Leite definiu como “promiscuidade”. Segundo ele, “as pessoas ligavam para pedir de tudo, de carro a passagens aéreas, demonstrando que havia um negócio entre elas”.

A reportagem apurou que as conversas interceptadas também demonstram a intensa movimentação de final de ano em algumas secretarias da prefeitura, como a de Assistência Social, na distribuição de brindes de Natal aos amigos do poder, como cestas básicas e perus.

Porta de cadeia

Luciano Leite criticou o procurador do município, advogado Marcelo Dantas, que saiu em defesa dos servidores supostamente envolvidos no escândalo. “Ele deveria defender o município. A Operação Decoada está tentando proteger o erário público”, disse.

Também questionou o fato de o prefeito de Corumbá comparecer ao portão do presídio para receber o secretário de Finanças, Daniel Martins Costa, e o ex-servidor Rodolfo Assef Vieira, liberados pela Justiça na noite da última sexta-feira.

“Não faz sentido o prefeito pegar os investigados”, reagiu ele, numa resposta clara a declaração de Ruiter, segundo a qual o MP enxerga o município “como nocivo em algumas ações em prejuízo à população”.

Leite contesta a fala do prefeito na entrevista coletiva, onde Ruiter afirma que possíveis irregularidades em processos licitatórios serão sanadas. “Não há o que sanar. O caminho é anular os processos e devolver o dinheiro”. (Reportagem Correio do Estado)

 

Por: Da Redação

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