Iniciado no segundo semestre de 2006 no Estabelecimento Penal de Corumbá (EPC), o Projeto Padaria tem representado uma forma de qualificação profissional constante aos reeducandos. Em seus quase seis anos de existência, a iniciativa já capacitou cerca de 200 internos em áreas como panificação, confeitaria e produção de salgados.
No EPC, o projeto começou por meio de convênio entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) – que custeou a compra dos equipamentos, os materiais e instrutores nas primeiras turmas. Na época, 90 custodiados foram qualificados.
No entanto, conforme o próprio convênio previa, foi necessário que os trabalhos tivessem continuidade, e o meio encontrado pela direção da unidade penal foi o financiamento dos cursos com recursos próprios por meio da venda dos pães à empresa terceirizada responsável por oferecer alimentação aos reclusos.
Segundo a psicóloga Zuleida Marcelina Zamaniego, uma das responsáveis pelo projeto no presídio, a realização da qualificação é constante como uma forma de preparar mão de obra prisional para atuar na padaria do próprio estabelecimento penal, e ainda representar uma forma de capacitá-los profissionalmente para uma vaga no mercado de trabalho quando deixarem a prisão.
“Ao término de cada curso, os internos que demonstram maior habilidade e interesse, conforme a necessidade, são inseridos no Setor da Padaria para desempenhar as atividades rotineiras, serviço que poderão adotar como profissão quando progredirem de regime ou estiverem em liberdade”, explica a psicóloga.
Durante as capacitações oferecidas, são repassados conhecimentos teóricos e práticos sobre manuseio dos equipamentos e instrumentos de trabalho, e receitas para a confecção de pães, bolos, biscoitos e salgados. A última turma de alunos do EPC (fotos) foi capacitada no mês passado, com a participação de dez reeducandos. O curso teve carga horária de 80 horas/aula.
De acordo com o diretor do EPC em substituição, Gerson do Carmo Carvalho, atualmente a produção média diária da padaria do presídio é de 900 pães, distribuídos não só no local, como também nos demais estabelecimentos prisionais da Agepen em Corumbá.
Por: Da Redação