As equipes da Prefeitura de Corumbá e parceiros estão massificando as ações de prevenção e combate à dengue na área urbana. A prioridade é reduzir os índices de infestação predial do mosquito Aedes aegypti, causador da doença, considerados alarmantes e semelhantes aos de 2009, quando a cidade vivenciou uma epidemia. As notificações aumentaram demasiadamente na 13ª semana epidemiológica, com 101 casos. Na 14ª foram 84. A atual, 15ª, já foram registradas 15. No ano, Corumbá está com 416 notificações.
Os números foram apresentados na reunião do Comitê Municipal de Combate à Dengue, realizada na manhã desta quarta-feira (11) no auditório da Prefeitura, que contou com as participações de integrantes das Secretarias de Saúde e Gestão Governamental; Procuradoria Geral do Município; Fundação de Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário; Conselho Municipal de Saúde; Secretaria Estadual de Saúde, e Ministério Público Federal por meio do procurador da República Carlos Humberto Prola Júnior.
O coordenador municipal de Controle de Vetores do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Luiz Donizethe Minzão, explicou que até a décima semana epidemiológica, os números eram inferiores aos de 2011. No entanto, subiram na 11ª e chegou ao pico de 101 notificações na 13ª, o mais alto até o momento, semelhante a 2009. Além disso, o último Levantamento de Índice Rápido de Infestação de Aedes aegypti (LIRAa) apontou incidência de 10,4% de infestação predial.
A coordenadora geral de Vigilância em Saúde da Prefeitura, médica veterinária Viviane Ametlla, observa que o aumento repentino de casos da doença, bem como os índices de infestação predial, se deve justamente em virtude das chuvas que, este ano, ocorreram em período diferente dos anos anteriores. Comentou que, desde o final do ano passado, as equipes realizaram um trabalho voltado para o verão, época considerada apropriada para proliferação do mosquito transmissor da doença, devido às chuvas.
Conforme ela, como as chuvas foram mais intensas somente após o verão, as notificações de casos aumentaram neste período, bem como os índices de infestação predial. “Mais de 90% dos focos da doença estão no dentro dos imóveis, o que nos preocupa muito. Acredito que a população tenha se despreocupado e, com as chuvas que estão ocorrendo agora, os casos aumentaram”, observa a coordenadora, conclamando o corumbaense a observar atentamente seus imóveis, e eliminar qualquer tipo de material que possa servir de depósito para proliferação do mosquito.
“Estamos vivenciando uma nova epidemia de dengue. A população tem que ficar alerta e fazer a sua parte, eliminando os focos da doença. É preciso manter os quintais das residências limpos, sem qualquer tipo de recipiente que possa acumular água”, cobrou Viviane, lembrando que a prioridade no momento é reduzir os índices. “Hoje, estamos com vírus dos tipos 1 e 2 circulando na cidade. Já temos o tipo 3 circulando na Bolívia e o 4 no Mato Grosso do Sul. A população está vulnerável aos vírus 3 e 4. Por isso temos que fazer tudo que for necessário, para evitar que estes dois tipos circulem em nossa região. Isto poderia causar um problema bem maior ainda”, confidenciou.
Viviane informou também que as equipes do CCZ estão atuando de forma mais intensa em locais com maiores incidências da doença. Explicou que a ação está sendo desenvolvida por meio da aplicação de larvecida, com utilização de veículos. O trabalho acontece principalmente nos bairros Aeroporto e Popular Nova, como também na área central, principais responsáveis pelo grande número de notificações da dengue. Além disso, os agentes estão visitando os imóveis, eliminando focos, fazendo tratamento e conversando com os moradores, orientando-os para manter seus imóveis limpos e livres do vírus.
Por: Da Redação