O prefeito da cidade boliviana de Puerto Quijarro, Ybar Antello Dorado, não aparece para trabalhar há pelo menos cinco dias. Ele é suspeito de enriquecimento ilícito por associação ao tráfico de drogas. Ele também é investigado pelo mesmo crime na Polícia Federal no Brasil. A Justiça em Ponta Porã expediu mandado de prisão contra o prefeito.
Na Bolívia, as investigações contra o administrador de Puerto Quijarro começaram em abril, quando a esposa e o sogro de Dorado foram presos, no Brasil, com 53 quilos de cocaína. No dia 12 de outubro, a polícia fez operação contra o tráfico e apreendeu quatro veículos na casa do prefeito, além de determinar o sequestro de três imóveis de Dorado.
O prazo que o Departamento Especial de Combate ao Narcotráfico da Bolívia deu a Ybar Antelo Dorado para se apresentar termina nesta terça-feira (18). Desde então, esta já é a quinta vez que o prefeito promete se entregar à Força Boliviana Especial de Combate ao Narcotráfico.
Segundo a secretária da prefeitura, o chefe do Executivo viajou a trabalho para Santa Cruz De La Sierra (Bolívia), a 350 quilômetros da fronteira, e deve retornar ainda nesta terça-feira (18).
No Brasil, ele já é investigado há pelo menos cinco meses. A Justiça Federal de Ponta Porã expediu um mandado de prisão contra o prefeito, entretanto, a detenção só pode ocorrer em território brasileiro.
O promotor da Justiça boliviana, Jorge Flores Durán, que cuida do caso na Bolívia, explica que o prefeito deve prestar depoimento assim que se apresentar. Mesmo diante das suspeitas, só depois de ser ouvido o acusado pode ser preso.
“Se vai ser ou não vai ser, ainda não posso dizer. Primeiro será feita uma avaliação legal de seu depoimento. Mas se o prefeito não se apresentar nesta terça-feira, aí sim, passa a ser procurado pela polícia”, explicou o promotor.
Entre os imóveis apreendidos na Força de Combate ao Narcotráfico, está uma casa de câmbio que funcionava na região de fronteira e foi fechada pela polícia na semana passada. Os veículos estão lacrados e ainda devem ser periciados. Os policiais farão ainda uma varredura em busca de resquícios de entorpecentes.
De acordo com o capitão da Força Especial contra o Narcotráfico, Ivan Sanbrana, também foram apreendidos documentos e computadores que estão sendo analisados pelo Ministério Público e por um grupo especial de investigação financeira.
Diante do impasse, por enquanto, a administração de Puerto Quijarro está sem representante. Os vereadores da cidade ainda não sabem se vão cassar o mandato do prefeito. O presidente da Câmara, Wilmar Suarez, diz que ainda não foi notificado oficialmente sobre as denúncias e que vai dar um prazo de 15 dias para tomar uma decisão.
“Até lá, creio que ele vai se pronunciar, ou será preso ou se apresentará. Até agora, estamos agindo de acordo com o que dizem nossas leis”, declarou o presidente da Câmara de Vereadores. (G1-MS)
Por: Da Redação