Corumbá

PF deflagra operação de combate às drogas; grupo investigado mora em Corumbá

A operação aconteceu em dois estados (Foto: Divulgação/PF)

 

A operação aconteceu em dois estados (Foto: Divulgação/PF)

A Polícia Federal deflagrou ontem (17) a Operação Bandeirante, que investiga o tráfico transnacional de drogas e outros crimes relacionados. Aproximadamente 90 policiais cumprem 37 mandados, sendo 19 mandados de prisão preventiva, 16 mandados de busca e apreensão e dois mandados de condução coercitiva. As ações ocorrem no estado de Mato Grosso do Sul, nas cidades de Corumbá, Três Lagoas e Campo Grande, e no estado de São Paulo, na cidade de Suzano e na capital paulista. A investigação prevê ainda o sequestro e apreensão de bens e valores da organização criminosa.

Denúncia

As investigações tiveram início após o levantamento de informações por policiais federais em Corumbá, cidade localizada a 420 km da capital Campo Grande e que faz fronteira com a Bolívia. Durante seis meses de trabalhos, os policiais descobriram uma vasta rede de fornecedores, compradores, motoristas e “mulas”. Familiares e até um menor, filho de um casal membro do grupo investigado, foram recrutados para executar atividades ilícitas. A organização criminosa contava ainda com infraestrutura que incluía oficinas mecânicas, estacionamento, lava-jato, diversas residências, veículos de passeio, caminhonetes e caminhões.

Neste período, foram realizadas quatro prisões e três apreensões de drogas enviadas pelo grupo, que totalizaram 354 kg de cocaína na forma de cloridrato. Como pagamento, a organização criminosa recebia valores em espécie em moeda nacional e estrangeira, além de veículos e embarcações que seriam negociados dentro e fora do território brasileiro. Até o momento, foram identificados mais de R$ 921 mil entre automóveis, caminhões e embarcações. No decurso das investigações, também foram confiscados US$ 25 mil (o equivalente a mais de R$ 81 mil na data da apreensão) que estavam sendo levados à Bolívia, possivelmente para integrar o pagamento de um próximo carregamento de drogas.

Com clara divisão de tarefas, os alvos da operação tratavam desde as negociações com fornecedores bolivianos de cocaína, logística de pagamentos e internalização da droga no território brasileiro, até o armazenamento, ocultação em compartimentos de veículos e transporte, especialmente para o estado de São Paulo. Os métodos de transporte buscavam precipuamente evitar a fiscalização, utilizando rotas por vias vicinais ou estradas de terra e também o trânsito em horário noturno.

Alto poder financeiro

As investigações demonstraram ainda o poder financeiro da organização criminosa. Mesmo após as prisões e as apreensões milionárias de drogas e valores ocorridas durante as investigações, os líderes da organização criminosa prosseguiram sem percalços nas ações ilícitas, subdividindo tarefas, recrutando outros membros e reunindo recursos para viabilizar novos carregamentos de drogas.

Os integrantes do grupo criminoso não possuíam emprego ou atividade lícita que justificasse a riqueza ostentada. Uma das oficinas, por exemplo, não apresentava atividade contínua ou funcionários regulares, além de notadamente auxiliar na confecção de esconderijos e compartimentos em veículos que transportariam as drogas. (Comunicação Social da Polícia Federal em Corumbá/MS)