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Organizadores do Carnaval de Corumbá prestam informações à Câmara

O vereador Oséas Ohara de Oliveira (PMDB), que havia proposto uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar gastos no carnaval de Corumbá neste ano, não se diz satisfeito com os esclarecimentos feitos hoje pelos organizadores do evento e pretende encaminhar ao Ministério público os documentos que, segundo ele, comprovariam irregularidades.

Os organizadores do carnaval – Rodolfo Assef Vieira, ex-presidente da Fundação de Cultura e Turismo do Pantanal, e José Martinez, presidente da Liga Independente das Escolas de Samba de Corumbá (Liesco) – compareceram à sessão ordinária desta segunda-feira, a convite da Câmara, para detalhar os investimentos realizados na montagem da festa momesca.

Oséas Ohara fez vários questionamento em relação à distribuição dos recursos da prefeitura para o carnaval, focando principalmente suas dúvidas em relação ao convênio entre a prefeitura e a Liesco, de R$ 1.114 milhão, e ao dinheiro destinado à escola de samba carioca Belford Roxo, que homenageou Corumbá na Marquês de Sapucaí.

Aditivo ao convênio

O presidente da Liesco informou que o valor do convênio foi assim distribuído: R$ 410 mil para as escolas de samba; R$ 330 mil na contratação do sistema de som; R$ 150 mil em infraestrutura para a passarela do samba; R$ 150 mil no aluguel de painéis em LED para transmissão dos desfiles; e ainda R$ 52 mil para contratação de jurados e premiação do desfile de fantasias do Corumbaense.

O vereador, no entanto, indagou sobre o aditivo a esse convênio, publicado posteriormente, o qual, na sua avaliação, destinava os recursos (R$ 1.114 milhão) apenas para o lançamento do carnaval em Campo Grande e Corumbá e show da Cláudia Leitte. Também questionou sobre o dinheiro usado para a prefeitura em infraestrutura, quando o convênio com a Liesco já previa esse gasto.

Oséas insatisfeito

O presidente da Liga informou que o aditivo não gerou novo repasse de recursos e que os custos da viagem dos carnavalescos para o lançamento do carnaval na Capital foram bancados com a arrecadação do bar do show da cantora Cláudia Leitte. Também disse que o gasto da prefeitura em infraestrutura foi na montagem dos palcos para os shows na Praça Generoso Ponce.

“Eu acho que foi praticado crime de responsabilidade e não estou satisfeito com estes esclarecimentos. Existe muita inverdade”, disse o vereador Oséas Ohara, prometendo retomar o assunto na sessão desta terça-feira.

Priorizar as escolas

O ex-presidente da fundação, Rodolfo Assef, confirmou que empresários da região contribuíram com a escola de Belford Roxo, em R$ 180 mil, e informou que o show de Cláudia Leitte custou R$ 396 mil, incluindo cachê e logística. O vereador Dirceu Miguéis (PMDB) disse não entender por que as empresas não ajudam o carnaval de Corumbá e dão dinheiro para a escola do Rio.

O vereador Evander Vendramini (PP), presidente da Câmara, solicitou o envio àquela Casa da prestação de contas da Liesco, que fecha em julho. O vereador Marcos de Souza Martins (PT), o Marquinhos, disse que o investimento anunciado não garantiu o melhor carnaval, sugerindo que as escolas de samba, que fazem a festa, sejam a prioridade na distribuição dos recursos.

 

Por: Da Redação

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