Corumbá

ONGs se unem para salvar as cabeceiras dos rios do Pantanal usando alta tecnologia

Degradação nas margens do rio Miranda (Foto: IHP)

 

Degradação nas margens do rio Miranda (Foto: IHP)

Organizações não governamentais (ONGs) passaram a usar ferramentas de última geração para acompanhar por meio da web o avanço da degradação ambiental e propor ações imediatas para garantir a conservação de regiões de extrema sensibilidade, como o Pantanal. Por iniciativa do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), o monitoramento da bacia do Rio Paraguai, hoje ameaçada pela agricultura, conta com a ajuda da alta tecnologia.

Lançado em 2012 pelo IHP, o projeto Cabeceiras do Pantanal inovou em iniciativas de conservação ambiental ao incorporar uma série de soluções tecnológicas desenvolvidas pela AgroTools, maior empresa de big data do País e líder mundial no processo de geomonitoramento de riscos de ativos biológicos. O projeto iniciado no norte (Mato Grosso) da bacia do Alto Paraguai, hoje integra todo o sistema hidrográfico do Pantanal.

A grande novidade anunciada pelo IHP, cuja sede fica em Corumbá, foi a disponibilização de duas plataformas públicas – um site, o Geopantanal, e o aplicativo GeoBrother. Trata-se de um banco de dados sobre a bacia, utilizando imagens de satélites, de extrema relevância para a pesquisa e órgãos de fiscalização, e um dispositivo para Android e iOS com a função de registrar crimes ambientais em tempo real.

Sustentabilidade

O aplicativo para celular será distribuído às lideranças ou organizações ambientais previamente cadastradas, denominados guardiães, com a tarefa de registrar com fotografias as nascentes de sua área de atuação. Essas imagens serão inseridas na plataforma GeoPantanal, gerenciada pelo IHP, ajudando a ampliar as informações existentes e facilitando no monitoramento e controle ambiental.

“A soma de esforços entre os nossos parceiros, assegurará o crescimento contínuo do agronegócio, sem que se abra mão da lucratividade e, ao mesmo tempo, da biodiversidade”, afirma Ângelo Rabelo, presidente do IHP. “Isso é fundamental, afinal, 70% dos alimentos que consumimos dependem da biodiversidade, para a qual, muitas vezes, o ser humano dá as costas, desprezando-a, sem pensar no futuro.”

A implantação do GeoPantanal (geopantanal.agrotools.com.br) e do GeoBrother tornaram-se possíveis através do convênio técnico-científico entre o IHP e a AgroTools. Por meio da tecnologia geoweb, proprietária da AgroTools, o projeto ampliou o seu alcance para toda a bacia e atuando, ainda, como ferramenta do programa de monitoramento da Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar – RPCSA.

Rede de preservação

De 2015 para cá, essa plataforma passou a armazenar os dados no Projeto Cabeceiras, por meio da coleta de informações territoriais que permitam a ação nos pontos mais críticos das nascentes dos rios do Pantanal. A plataforma é geocolaborativa, pois reunirá informações de diferentes modos e estará disponível para pesquisadores, gestores, técnicos ambientais e todos os interessados na preservação da região.

O projeto Cabeceiras do Pantanal passa a contar, além da participação da Agro Tools, da Rede Amolar, Fundação Neotrópica, Fundação Ecotrópica, Rede Mato-grossense de Televisão (RMT), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul/Campus Pantanal (UFMS/CPAN), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Arara Azul e SOS Pantanal.

Os novos parceiros do IHP – os convênios foram assinados esta semana em Campo Grande com a presença do deputado Paulo Correa – vão desempenhar uma tarefa fundamental nesse processo. A participação da Fundação Neotrópica, por exemplo, amplia a área de monitoramento para outras bacias, como as dos rios Bonito, da Prata, Formoso, Perdido e Aquidabã; com a Ecotrópica, para as nascentes do Rio Paraguai.

Para Nicholas Kaminski, biólogo da área técnica da Fundação Neotrópica do Brasil, a plataforma GeoPantanal possibilitará, principalmente, na divulgação dos problemas enfrentados pela planície pantaneira e no seu entorno. “Ela colabora na conscientização da sociedade e na cobrança de auxílio das autoridades, na busca da prevenção ambientais desses locais identificados pela ação integrada”, justifica. (Instituto Homem Pantaneiro/AgroTools)

 

Por: Da Redação