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No festival, segunda-feira foi das chalanas e das canoas de um pau só

Durante quatro horas, os profissionais mostraram habilidades fisgando grande número de peixes e vencendo as corredeiras do Paraguai

Acostumados a navegar suavemente nos rios pantaneiros, vencendo as corredeiras do Rio Paraguai a bordo de chalanas ou mesmo em canoas de um pau só, pescadores e pescadoras profissionais foram as grandes atrações no terceiro dia do Festival Pantanal das Águas em Corumbá. Na manhã desta segunda-feira (10), eles participaram do I Campeonato de Pesca Esportiva de Canoa e Chalana, competição idealizada pela Prefeitura de Corumbá, por meio da Fundação de Cultura e Turismo do Pantanal, como forma de estimular um potencial turístico pantaneiro, realizada em parceria com a TV Morena, com apoio do Supermercado Panoff.

Foram quatro horas de pura emoção. Os participantes, em dupla ou mesmo individualmente, mostraram muita habilidade, fisgando e soltando peixes das mais variadas espécies. “Foi muito bom. Pesco desde criança e nunca tinha participado de uma competição como esta. Espero que tenha mais”, disse Alcilene Gonçalves de Oliveira, 24 anos, pescadora profissional com seis anos de carteira. Ela formou dupla com sua mãe, Maria Conceição Gonçalves, 44 anos, também profissional com 10 anos de carteira. “Já pescamos bem mais tempo. Isto é bom, valoriza nossa profissão”, disse Maria que teve motivos para comemorar em dobro, no sorteio, a moradora da Cervejaria ganhou uma chalana.

As duas, a exemplo dos demais competidores, não apresentavam sinal de cansaço. Acostumados, todos iam retornando ao Porto Geral, na prainha, para aguardar o resultado final e o sorteio das quatro chalanas. Marilene Ramos Ribeiro de Carvalho, 44 anos, também pescadora profissional, foi outra sortuda. Ela vez dupla com sua irmã, Tânia Ramos Ribeiro Ermocília, 48 anos. “É a primeira vez que a agente participa. O outro campeonato não dá pra gente entrar. Agora, surgiu a nossa chance”, dizia, lembrando que só pesca em chalana, sem utilização de motor de popa. “É no remo mesmo e linhada de mão”, completou.

A alegria estampada nos rostos dos participantes era visível. Ganhar todos queriam, mas o simples fato da realização de uma competição quase que exclusivamente para eles, já foi suficiente. Pela primeira vez, praticaram o pesque-e-solte. São acostumados com a pesca para venda, ou mesmo de subsistência. Dessa vez foi diferente e gostaram. “É diferente. Pegamos um cachara e soltamos. É emocionante”, disse Marilene.

Antes do resultado final dos três primeiros colocados e do pescados que fisgou a maior espécie, a comissão organizadora sorteou outras duas chalanas, entregues a Diorges Arruda Castelo e Amância Bazan. “Foram três mulheres sorteadas, três pescadoras. As mulheres estão com tudo”, dizia Heloisa Helena da Costa Urt, presidente da Fundação de Cultura e Turismo do Pantanal, uma das idealizadoras da competição.

A quinta chalana do dia foi entregue a Wilson da Silva, que fisgou a maior espécie, um pintado de 69 centímetros. Já os três grandes ganhadores desta primeira edição foram José Carlos do Amaral em primeiro, com 70.820 pontos (fisgou nada menos que 14 dourados); em segundo, Natalino da Silva Rondon, com 28.500 pontos, e em terceiro, Ramão de Souza, com 21.880 pontos. José Carlos demonstrou tranqüilidade ao receber seu prêmio: chegue de R$ 2,5 mil, R$ 1 mil em compras no Panoff, além de um troféu. “São 42 anos pescando. A experiência vale tudo”, comentou, para lembrar que, no domingo, fez parte da equipe que ficou em primeiro lugar no Campeonato Internacional de Pesca Esportiva do Pantanal. Os outros dois receberam R$ 1.500,00 e R$ 1.000,00, segundo e terceiro colocados, respectivamente.

Heloisa Helena foi categórica ao declarar que o campeonato “foi um sucesso”. Destacou a presença do grande número de participantes, das mulheres, e que são os pescadores profissionais “que representam a cultura pantaneira. Todos são vitoriosos. O festival ganhou outro brilho com a participação deles”, comemorou ao lado dos superintendentes de Turismo, Rodolfo Assef, e de Cultura, José Antônio Garcia, o Tanabi, bem como do gerente da TV Morena, Ciro Akoshi.

A diretora lembrou ainda que a competição serviu para incentivar ainda mais a prática da pesca esportiva no Pantanal, “promovendo o lazer e a integração entre os amantes da pesca”, além de massificar a educação ambiental. “Foi uma oportunidade para divulgarmos as potencialidades turísticas da nossa região, valorizando a nossa história e cultura regional e, principalmente, promover o combate às ações predatórias contra a ictiofauna por meio do conhecimento e prática das leis de pesca”. (PMC)

 

Por: Da Redação

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