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Na abertura da Feapan, classe produtora demonstra preocupação com CAR

A regulamentação do CAR (Cadastro Ambiental Rural) em Mato Grosso do Sul, uma das exigências do novo Código Florestal Brasileiro, foi uma das questões que preocupam o setor do agronegócio mencionadas durante a solenidade de abertura da Feapan (Feira Agropecuária do Pantanal), na noite desta quinta-feira, em Corumbá.

O representante da Famasul (Federação da Agricultura de MS) na tradicional feira pantaneira, Ruy Fachini Filho, disse que a entidade acompanha com grande preocupação a elaboração do decreto do governo do Estado que regulamentará o CAR – artigo 10 do Código Florestal -, ressaltando que a proposta da Embrapa Pantanal, por meio de nota técnica, inviabilizaria a economia na planície.

Novo estudo

Ao comentar o assunto, o presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Luciano Aguilar Leite, destacou a mobilização da classe pantaneira, com o apoio da Famasul e lideranças políticas do município, que resultou no adiamento da publicação do decreto governamental. O dirigente também realçou a iniciativa do governo do Estado de ouvir a classe produtora que está na planície há mais de 200 anos.

“A nota técnica emitida pela Embrapa Pantanal – disse Luciano Leite, em seu discurso de abertura da Feapan – sem considerar os estudos de viabilidade econômica e social da pecuária pantaneira iria acabar com a produção de nossas propriedades, gerando grande desemprego na região, onde empregamos hoje 20 mil pessoas diretamente”.

O alerta lançado pela Famasul e Sindicato Rural, segundo o presidente, teve ressonância na área governamental, ficando acordado que o governador André Puccinelli somente assinaria o decreto regulamentando o CAR após o estudo de viabilidade econômica que está sendo elaborado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Universidade de São Paulo (USP).

Bancada federal

O estudo do Cepea, com a participação do pesquisador da Embrapa Pantanal Urbano Gomes Pinto de Abreu, também produtor rural, será concluído até meados de novembro e encaminhado a secretaria estadual de Meio Ambiente. “Com a visão econômica e social da planície esperamos que o Estado formule o CAR dentro de critérios que preserve não apenas o Pantanal, mas a nossa pecuária”, disse Luciano Leite.

O presidente do Sindicato Rural de Corumbá também apontou a preocupação da classe produtora pantaneira com o ITR (Imposto Territorial Rural), afirmando que a entidade está ao lado dos seus associados, e concluiu seu discurso destacando o fortalecimento da bancada federal do agronegócio, em Brasília, após as últimas eleições, e a escolha pelo povo de um governador também produtor rural.

 

Por: Da Redação

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