Corumbá

Mocidade da Nova Corumbá é a grande campeã do Carnaval 2018 de Corumbá

 

A Mocidade Independente da Nova Corumbá foi a grande campeã do Carnaval 2018 de Corumbá. A agremiação foi a segunda a se apresentar na noite de domingo e, de cara, mostrou que estava em busca do título. Em segundo lugar ficou A Pesada e em terceiro a Caprichosos de Corumbá.

O troféu à campeã foi entregue pelo prefeito Marcelo Iunes, que destacou o crescimento do Carnaval de Corumbá. “Conseguimos realizar uma grande festa. Recebemos mais de 10 mil turistas que, com toda certeza, foram embora com uma ótima impressão da cidade. Isso prova que vale a pena investir no Carnaval. É um evento que gera renda e emprego para muitas famílias”, afirmou.

Vice-campeã do grupo Especial no ano passado, a escola de samba Mocidade Independente da Nova Corumbá apresentou as cores, a vibração, a cultura e a beleza do povo cigano. Com o tema “Optchá, sob um céu de estrelas a sorte da Mocidade”, a Mocidade mostrou a lenda por trás do povo, o misticismo que envolve a mulher cigana e a história da tradição. “Optchá”, na língua cigana significa “Salve”.

Homenageando o povo cigano, a Mocidade trouxe ao público os costumes de um povo livre, que não se fixa em nenhum local e, por isso, já sofreu muito com o preconceito de quem não entende sua cultura. No desfile, Santa Sara Khali, padroeira dos ciganos, foi exaltada. De acordo com a tradição, no início da Era Cristã, Sara estava em um barco à deriva com outros cristãos e afirmou que se sobrevivesse usaria lenço sobre seus cabelos para o resto da vida. Por isso, o hábito das ciganas de usarem bastante o lenço. Oriundos de países da Europa, os ciganos trouxeram ao Brasil sua tradição.

Apresentando a escola, a Comissão de Frente representou “A Caravana da Alegria Chegou!” Coreografados por Edelton Mendes, os 10 bailarinos – divididos em cinco casais – estavam vestidos tipicamente e com coreografia que remeteu as danças ciganas ao redor da fogueira que dão início aos festejos dos Roma. No seu bailado, encenaram situações que lembram à memória afetiva do público, como a leitura das mãos, a alegria e a habilidade para o comércio.

Primeira ala lembrou que a história do povo Cigano começou com o seu expurgo do sudoeste da Índia, onde, sem ter como sediar sua gente, passaram peregrinas de canto em canto, levando consigo toda a bagam cultural, social e os ensinamentos ancestrais dos lugares onde passavam. O carro abre-alas remeteu à A cidade de Sind, berço dos cidadãos sem pátria. Com alusão à arquitetura indiana, retratou um palácio da Índia com toda sua suntuosidade e a cor branca que caracteriza este tipo de obra.

Bateria “Devotos Ciganos”, comandada pelo mestre Diego Rojas, representou a história de Santa Sara Khali e de como nasceu a figura da padroeira do povo Cigano. Alas com passistas apresentou Devotas Ciganas; Os Calons e Cristais à Venda. Segundo carro mostrou o Altar de Santa Sara e o Êxodo ao Brasil, que encenou a fé que acompanha o povo cigano em suas andanças.

Ala das Baianas da Mocidade veio com fantasia ‘A madame da Bola de Cristal’ numa referência a uma das figuras mais emblemáticas do povo cigano, a senhora que lê o futuro e os pensamentos das pessoas através de sua bola de cristal está no imaginário popular de quem rapidamente pensa no povo cigano.

Terceiro carro Festa Cigana trouxe uma das características mais claras dos ciganos que aportaram no país. A alegria com que tratam as pessoas e quando criam vínculos com as pessoas costuma celebrar esses momentos com festas de muita musicalidade e danças.

A Cultura Afro-Brasileira – A Cigana do Oriente, foi o tema do último carro alegórico que encerrou desfile retratando o resultado da miscelânea de culturas dos povos ciganos e o seu acolhimento no Brasil.