Corumbá

Mesmo com dificuldades, hospital tem se desdobrado para atender pacientes com Covid

 

A falta de profissionais de saúde tem sido um dos maiores problemas do Hospital de Corumbá no enfrentamento à pandemia da Covid-19. Foi o que informou o presidente da Junta Interventora da Sociedade Beneficência Corumbaense, Adriano Antônio Pires, durante uma reunião na manhã de hoje, 22, com os vereadores no Plenário “Dr. Léo de Medeiros Guimarães”.

O encontro foi em atendimento a uma solicitação do vereador Samyr Qualhada (2º secretário da Mesa Diretora) e aprovado pela Casa de Leis. Além dele, participaram os vereadores Roberto Façanha (presidente do Legislativo), Manoel Rodrigues (1º vice-presidente), Elinho Verde Fruti (1º secretário), Raquel Bryk, Alexandre Vasconcellos, Chicão Vianna, Allex Dellas, Nelsinho Dib e Genilson José, bem como o diretor administrativo da Junta, André Luiz Oliveira dos Santos.

Vários assuntos relacionados à pandemia da Covid e a estrutura da Santa Casa foram tratados durante o encontro, mas a principal preocupação no momento está relacionada ao crescente aumento de casos positivos da doença, a falta de profissionais da área da saúde para atender a demanda (médicos, enfermeiros, auxiliares, entre outros), bem como a situação financeira da unidade hospitalar que trabalha com um déficit mensal de mais de R$ 1 milhão mensal.

Sobre a falta de profissionais, Adriano informou que, a exemplo de todo o País, existem enormes dificuldades em contratar especialistas. “Temos a sorte de ter uma pessoa que treinou jovens no procedimento de intubação, o dr. Manoel João”, lembrou. Mas, conforme ele, todos os profissionais da linha de frente, estão cansados e “não conseguimos contratar novos profissionais. No último processo, ninguém se inscreveu”, ressaltou para, em seguida, lembrar a contratação de um enfermeiro intensivista de Minas que ficou dois só meses e foi embora.

O presidente da Junta fez uma explanação sobre o hospital e o que foi feito para atender a pandemia da Covid. Citou que, hoje, a unidade hospitalar conta com 60 leitos para a Covid. Desses, 20 são para casos graves, com ventilação mecânica, e 40 para casos leves, sem ventilação mecânica.

Pelo Boletim de ontem, 21, da Prefeitura, dos 20 leitos CTI – Covid, 18 estavam ocupados, e 22 nos leitos clínicos, números que mudam a todo momento. Explicou que dos leitos exclusivos para Covid (CTI), sete estão habilitados junto ao Ministério da Saúde; 10 estão sendo custeados pelo Município que aguarda habilitação por parte do Ministério, e três leitos no CTI geral da Santa Casa.

Deixou claro que o número de leitos se deve principalmente ao fato da Prefeitura, no ano passado, ter optado por investir na estrutura do próprio hospital, com a implantação de novos leitos, ao invés de utilizar o recurso que veio do Ministério da Saúde, para implantação de Hospital de Campanha, o que ocorreu em todo o País, já desativados.

Roberto Façanha destacou que essa decisão foi acertada e de extrema importância. “Hoje nós temos o Pronto Socorro da Covid, enfermaria para atendimento de casos leves, uma estrutura melhor, justamente pela opção de se investir na estrutura do hospital. Se a opção fosse implantar um Hospital de Campanha, já estaria desmontado e haveria necessidade de montar essa estrutura novamente. Seria dinheiro público indo pelo ralo, isso sem contar que o nosso grande problema é a falta de profissionais para atender pacientes com Covid”, lembrou.

NO VERMELHO

Outro problema destacado pelo presidente da Junta, é o fato de o hospital trabalhar no vermelho. Informou que a despesa mensal é de cerca de R$ 4,5 milhões. “Só a folha de pagamento, funcionários e médicos, atinge R$ 2,2 milhões. O gasto com a Covid ultrapassa R$ 1,5 milhões, e ainda existem as outras despesas, compra de medicamentos, insumos e equipamentos na área da saúde, para atender a demanda.

Lembrou que, pela contratualização, o hospital recebe cerca de R$ 1,1 milhão do Governo Federal; R$ 355 mil do Governo Estadual, e cerca de R$ 500 mil do Município, insuficiente para pagar a folha dos funcionários e médicos. Além disso, há atraso por parte da União, do repasse de recursos exclusivos para atender a pandemia. “Nossa salvação tem sido a Prefeitura que nos socorre”, relatou Adriano.

AUMENTO PREOCUPANTE

Aliado a todos os problemas enfrentados pelo hospital, o aumento do número de casos está preocupando as autoridades locais e a própria direção da Santa Casa. “E não são mais as pessoas idosas que estão sendo contaminadas pelo coronavírus. Isso está ocorrendo em números alarmantes entre as pessoas da faixa etária de 20 a 50 anos. Precisamos conter esse avanço de alguma forma, inclusive com adoção de medidas restritivas mais enérgicas para evitar a propagação do vírus”, defendeu, enquanto não ocorrer a imunização em massa.

Conforme ele, evitar o contágio é de extrema necessidade, inclusive para evitar o colapso total da saúde pública, como a falta de medicamentos e insumos para atender pacientes. O diretor administrativo André Luiz, por exemplo, lembrou que uma das empresas que fornece cilindro para oxigênio, já alertou quanto à falta desse produto em um futuro próximo, o que acarretaria um sério problema, mesmo com uma usina de oxigênio funcionando dentro do hospital, produzindo 32 m/3 por hora para atender a demanda.

*Texto/Fonte: Assessoria de Comunicação da Câmara