O projeto Tom Jobim Plural, idealizado pelo pianista Marcelo Bratke e pela artista plástica Mariannita Luzzati, com patrocínio da Vale, será apresentado nesta quarta-feira às 20h no Anfiteatro Salomão Baruki, no campus da UFMS, Bairro Universitário, em Corumbá, uma das dez cidades brasileiras a receber o concerto em homenagem ao compositor Antonio Carlos Jobim com ênfase em uma de suas principais fontes de inspiração: a natureza.
Nesta terça-feira, Marcelo Bratke contou detalhes do seu projeto e de sua carreira no auditório lotado no Instituto Moinho Cultural aos participantes do Moinho in Concert, espetáculo marcado para este sábado, 8 de dezembro, na praça Generoso Ponce. “O Moinho cumpre seu papel de agregador, vim para fazer um intercâmbio, é muito bom estar aqui, sempre tem um ar de novo”, ressaltou Bratke, de 52 anos.
Praticamente cego até aos 44 anos devido a uma catarata congênita diagnosticada tardiamente, Marcelo Bratke tirava as músicas de ouvido e as memorizava. A sensibiliade e o ouvido apuradíssimos compensavam o fato de não poder ler partituras, e permitiram que realizasse seu primeiro concerto de Bach, sob a direção do maestro Eleazar Carvalho. No Carnegie Hall, em Nova York, apresentou seu primeiro concerto após recuperar parcialmente a visão com uma cirurgia feita em Boston. Para ele, a música vem do sentimento. “Primeiro eu imagino a música, busco o som que está impregnado dentro de mim, para depois tocar”, define seu estilo.
No auditório do Instituto Moinho Cultural, Marcelo Bratke conversou com instrutores e aprendizes da Orquestra Vale Música, do Coral Infantil Moinho e do corpo de dança, interessados em colher detalhes sobre seu estilo e sua experiência como pianista e regente. “Eu sempre quis saber dele como é aprender a tocar com o ouvido e hoje ele me deu algumas dicas”, afirmou Ingrid Roque, de 18 anos, que já tocou piano e optou pela flauta na orquestra.
Radicado em Londres, Marcelo Bratke tem se apresentado nas mais conceituadas salas de concertos do mundo, como o Carnegie Hall em Nova York, o Festival de Salzburg, O Queen Elizabeth Hall em Londres e o Suntory Hall em Tóquio. Recentemente foi reverenciado pelo jornal The New York Times por sua interpretação de Villa-Lobos no Carnegie Hall. Em 2007, ele criou a Camerata do Brasil, com o objetivo de profissionalizar jovens músicos vindos de áreas desprivilegiadas da sociedade brasileira, e juntos já realizaram cinco grandes turnês nacionais, gravaram CDs e DVDs e se apresentaram no Japão, Estados Unidos e países europeus.
Tom Jovem Plural – Marcelo Bratke e Camerata Brasil tem Marcelo Bratke no piano e regência, Lucas Anízio no violino, Lucas Oliveira dos Santos no violoncelo, Ariel da Silva Alves na flauta, Jean Michel de Freitas no clarinete e Leonardo Miranda de Paula na percussão.