Em Corumbá, as apreensões de drogas da Polícia Federal já aumentaram quase 50% no primeiro semestre, em relação ao mesmo período do ano passado. A maior parte das pessoas abordadas pelos policiais é de dependentes químicos.
Os seis quilos de cocaína foram encontrados na bagagem de mão de uma mulher, que não teve o nome divulgado pela polícia. A apreensão foi no fim de semana. Pasta base e cocaína são as drogas que as polícias Federal e Rodoviária Federal mais apreendem na fronteira com a Bolívia.
A proximidade com o país vizinho não só faz com que Corumbá se torne um local de passagem da cocaína, como também contribui para que a cidade seja um centro consumidor da droga. Fator que complica a atuação das autoridades de saúde e da polícia, que têm de trabalhar contra um problema de difícil solução.
Grande parte das apreensões de drogas feitas dentro da cidade é de pequenas porções. A maioria das pessoas abordadas pelos policiais é de dependentes químicos, que consomem drogas até durante o dia na cidade. No Centro de Atendimento Psicossocial Álcool e Drogas (Caps-AD), os dependentes buscam tratamento. O local reúne pessoas de idades diferentes, dependentes de drogas lícitas e ilícitas, e que tiveram força para decidir mudar de vida. “O resultado depende muito da pessoa. A vontade de querer parar é que faz a diferença”, afirma a coordenadora Sílvia Araújo Freire.
José do Prado é um desses pacientes. Ele conta que conviveu anos atormentado pelo alcoolismo. Está há 12 meses em tratamento. “Minha boca entortou, eu não tinha força para nada. Cheguei a um estado que não tinha forças para andar. Se continuasse na beira do bar, já tinha sido enterrado”, conta.
Gilson de Oliveira Pereira de Sá também estava em uma situação desesperadora. Começou a beber ainda quando criança, por influência dos pais. Depois passou a usar cocaína. Há dois anos, foi preso quando tentava roubar a bateria de um carro para trocar por drogas. “Perdi serviço, amizade, meus irmãos se afastaram e fui preso. Agora quero arrumar um trabalho, levantar minha casa e levar uma pessoa que eu amo”, diz.
O tratamento no Caps-AD é baseado na terapia ocupacional e na abordagem de temas relacionados às consequências da dependência química. Atualmente o centro atende cerca de 900 pacientes e, de acordo com a psicóloga, apesar dos bons resultados, a cura é um processo longo e difícil. “O Caps tem essa ideia de fazer com que eles controlem a doença e busquem alternativas para estarem controlando. Não isolar, mas fazer com que ele aprenda a conviver”, afirma. (TV Morena)
Por: Da Redação