Com a presença de 13 dos 15 vereadores, a Câmara Municipal de Corumbá, durante sessão da última segunda-feira, 03, manteve o veto do prefeito Ruiter Cunha de Oliveira ao projeto de lei que concedia o direito a uma folga anual às servidoras municipais para realização de exames de controle do câncer de mama e do colo do útero. Após debatido ,o veto total do Executivo foi mantido por sete votos a seis. E segundo nota divulgada a imprensa um dos nomes que teria rejeitado o projeto do vereador seria da Vereadora Cristina Lanza, PT. Segundo a legisladora a votação foi secreta e já havia declarado apoio ao projeto de Marquinhos.
Para Lanza, alguém está fazendo “jogo duplo”, e blefando , “este projeto rejeitei o veto, por ser mulher e ser a única representante na Câmara, votei a favor do projeto. O problema é que dentro da Câmara, existem vereadores que declaram o voto na tribuna e na hora de depositar o voto na urna depositam o voto de maneira diferente. Então é uma votação secreta. Infelizmente as pessoas ficam dando nomes e tentando adivinhar o voto. Estou em público, afirmando que votei a favor do projeto e rejeitei o veto. Por beneficiar as mulheres”, disse Lanza indignada salientando que, “ a partir de hoje passo a ser contra o voto secreto na Câmara. As pessoas têm que começar a mostrar com quem votam e como votam, porque não é o suficiente numa tribuna, numa sessão da Câmara, onde só tem assessores na plenária e dizer eu voto assim, e na hora de depositar o voto mudam, então as pessoas tem que levantar e dizer sou a favor ou sou contra. E assumir seu posicionamento e não jogar as pessoas na gordura quente”.
Como o voto foi secreto de acordo com Lanza tem gente escondendo o jogo, “lidam com hipóteses em cima de declarações que são dadas na tribuna, inclusive eu elogiei o projeto me declarei a favor, por beneficiar as mulheres. Tenho um projeto que vai ao encontro desse atual que é a questão da vacina HPV. Como eu votaria contra, se a vacina é para pedir a prevenção também da doença. Eles se basearam em cima de declarações que foram dadas em microfones e depois, mas ninguém sabe na hora do deposito do voto na urna, depois que coloca. Estou em público declarando o meu voto. Eu tenho a minha consciência , se tem algum voto que eu acredito que é pertinente eu voto para que o projeto seja acatado.Quer dizer que dos seis que votos favorável, alguém está mentindo”.
Projeto rejeitado
O projeto concedia a todas as servidoras públicas do município de Corumbá, acima de 40 anos, o direito a uma folga anual para realização dos exames, assegurando que não haveria prejuízo nos vencimentos e nem desconto em folha de pagamento do dia agendado para consulta, uma vez que comprovada a execução do exame.
Injustificável
O veto foi questionado pelo vereador Marcos de Souza Martins, o Marquinhos, autor do projeto, por entender que o prefeito não apresentou justificativas aplausíveis para não sancionar a importante lei. Para ele não há autenticidade nas justificativas de uma medida adotada em outros municípios como ação de prevenção às doenças.
“Estamos legislando sobre um dia de folga do servidor e não sobre o estatuto do servidor”, explicou Marquinhos. “Com o veto, o Executivo não está deixando de atender a este vereador ou a Câmara, mas a uma parcela significativa dos servidores municipais que seria beneficiada com a lei.”
Desrespeito
Marquinhos afirmou que o Executivo tem mostrado uma visão equivocada aos projetos aprovados pela Câmara, os quais são em sua maioria vetados, e lamentou o fato de as servidoras não terem o direito assegurado de um dia de folga para fazer o controle preventivo de doenças com alto índice de incidência.
“No câncer de mama as estatísticas indicam o aumento de sua freqüência tanto nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento”, lembrou o vereador. “E no Brasil, o câncer de mama é o que mais causa mortes entre as mulheres. A nossa região Centro-Oeste é responsável por 16,3% dos casos diagnosticados.” (Informações do Capital do Pantanal)
Por: Da Redação