Corumbá

Jair proporciona um espetáculo à altura das mães pantaneiras

Jair proporcionou uma verdadeira interação com o público (Clóvis Neto)

 

Jair proporcionou uma verdadeira interação com o público (Clóvis Neto)

Uma noite especial. Foi o que proporcionou Jair Rodrigues neste sábado (12) em Corumbá, durante a seresta em homenagem às mães pantaneiras, e que agradou todo o grande público presente à Praça da Independência, formado por pessoas de todas as idades. Foi uma oportunidade para aquelas pessoas que acompanham o artista desde o início da sua carreira, 53 anos atrás, reviver antigos trabalhos de Jair e que, apesar das cinco décadas, continuam fazendo sucesso até os dias atuais.

Foi uma noite completa. ‘Triste Madrugada’ foi a primeira música cantada por Jair que subiu ao palco às 21h50. Se havia alguém triste naquela hora, ele tratou de ‘exorcizar’ a tristeza com ‘O importante é ser fevereiro’. E fez o povo sambar.

Ritmo frenético, esbanjando saúde aos 73 anos, Jair dava mostras de que a noite seria especial. Surpreendeu o público quando ao cantar “Boi da cara preta’, pulou a grade do Coreto a Praça, o tradicional palco das serestas, e se misturou à multidão, numa completa interação com pessoas de todas as idades que cantavam, abraçavam, beijavam e aplaudiam o artista.

E quem chegou atrasado ao show, entrou logo no ritmo alegre proporcionado por Jair Rodrigues, com ‘Tristeza’, ‘Não deixe o samba morrer’, ‘Barracão de zinco’, entre outras. Não esqueceu de homenagear as mães, lembrando Nossa Senhora Aparecida com ‘Romaria’, ‘Rainha do lar’.

Lembrou sua mãe Conceição, falecida em 24 de janeiro de 1987. “Foi a minha maior incentivadora. Previu tudo isto que está acontecendo comigo. Foi ela que me colocou no oral da igreja quando tinha sete anos de idade. Previu tudo isto que está acontecendo comigo e tenho certeza de que está aqui, comigo”, confidenciou.

Elias Regina foi uma das artistas lembrada por ele durante o show. Mas quando começou a mexer com as mãos, num ritmo frenético, o público delirou. Jair levantou a platéia com ‘Deixe que diguem’, música apontada por uma pesquisa feita por cantores de hap, como a primeira do gênero. Antes, em 1986, Hebert Vianna já havia declarado que Jair foi o precursor do rap em 1964, quando lançou esta música.

“Existem coisas que acontecem em minha vida que parece que tudo tem a Mão de Deus. E eu agradeço a Deus por ele ter me dado esta oportunidade”,diz o cantor antes do show, já prometendo muita descontração, samba no pé e divertimento para o público.

E foi assim. Fez o público cantar o Hino do Brasil na volta de um rápido intervalo, quando foi aos camarins para se secar e, segundo ele próprio, “fazer xixi”; plantou bananeira mostrando que esta em plena forma, que se cuida; pulou novamente a grade do coreto e, de novo, caiu nos braços do público cantando ‘A majestade o sabiá’.

O show terminou como todo corumbaense gosta em ritmo de samba, de carnaval. De volta ao ‘palco’ Jair sambou bastante com ‘Hoje’. A esta hora, não tinha ninguém sentado no local onde os organizadores da Fundação de Cultura e Turismo do Pantanal de Corumbá, instalaram as cadeiras. Todos estavam à frente do palco, sambando.

Foi um final de festa apoteótico e só acabou porque Jair tinha que pegar 420 quilômetro de estrada até Campo Grande, de onde partiria nas primeiras horas da manhã deste domingo para São Paulo, para novo compromisso.

Escoltado, ele se dirigiu até ao local onde estava estacionado o micro-ônibus que levaria ele e sua equipe, inclusive os músicos, para a capital do Estado. Mas, ainda sobrou um tempo para mais um contato com o público. Na porta do micro, posou para fotos com fãs, conversou bastante, dando mostras de que está realmente em plena forma e que se tivesse um novo show naquele exato momento, repetiria com prazer.

O show

Presente à noite especial da Seresta em homenagem às mães, o prefeito Ruiter Cunha de Oliveira (PT) definiu a realização como “um showzasso”, e que foi um belo presente para as mães pantaneiras.

Ruiter esteve com o artista antes do espetáculo e foi informado por Jair já conhece Corumbá há muitos anos. “A primeira vez que estive aqui você não era nem nascido”, disse ao prefeito, lembrando o show que fez em 1961, 51 anos atrás. Neste novo século, 21, é a segunda vez que o artista se apresenta em Corumbá. A primeira foi em 2007, cinco anos atrás.

O prefeito corumbaense agradeceu pessoalmente a Jair o show proporcionado em Corumbá, antes que o artista iniciasse viagem para São Paulo. O encontro foi na porta do micro-ônibus, que estava cercado por fãs.

As amigas Romi de Andrade Barros, 69 anos; Cândida do Amaral Fernandes, 77, e Irandir Melo de Azevedo, 81 anos, se sentiram premiadas. O carro delas estava estacionado ao lado do micro e, mais uma vez, puderam se encontrar com Jair. “Foi uma beleza, muito bonito. O Jair é muito animado”, dizia Romi. “Adorei o show. Sempre acompanho as apresentações dele na televisão”, prosseguir Irandir. “Adoramos”, comemorou Cândida.

Preliminar

Antes de Jair Rodrigues, o público se deliciou com as apresentações de MarLuci Brasil, Doralina, Wender, Elizete, Tatiane Sant’Ana, artistas da terra que, há cada dia, mostram a força do cantor pantaneiro. A noite teve ainda uma homenagem especial a uma mãe que está em um nível superior, mas que deixou um legado na terra: Heloisa Helena da Costa Urt, uma das idealizadoras da Noite da Seresta. A homenagem foi feita pela jornalista Lívia Galharte Gaertner.

A Noite da Seresta em homenagem às mães foi uma realização da Prefeitura Municipal por meio da Fundação de Cultura e Turismo do Pantanal de Corumbá.

 

Por: Da Redação