Técnicos do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) e do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) realizaram na quarta-feira, 23, uma visita técnica ao trecho da Hidrovia do Paraguai denominado Passo do Jacaré, próximo à ponte ferroviária Eurico Gaspar Dutra, no distrito de Porto Esperança, em Corumbá.
A visita promovida pela AHIPAR (Administração da Hidrovia do Paraguai, órgão do Ministério dos Transportes com sede em Corumbá), teve a finalidade de proporcionar aos técnicos do Ibama, vindos da sede em Brasília, informações precisas das condições locais do trecho (km 1387 da hidrovia) considerado crítico e que requer urgentes intervenções por meio de dragagem.
A AHIPAR propôs ao DNIT, em 2008, estudos para o realinhamento do canal do Rio Paraguai, em relação ao vão central da ponte, cujo Plano de Controle Ambiental (PCA), com base em termo de referência desenvolvido pelo Ibama, e o projeto executivo de engenharia foram elaborados pelo Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Situação de risco
Atualmente o canal de navegação obriga tráfego das embarcações em ângulo inclinado em relação ao eixo da ponte. Isso exige, além da perícia dos condutores fluviais, manobras arriscadas e desmembramento dos comboios para a segurança, tanto das embarcações e da tripulação, como da própria ponte, tombada pelo patrimônio histórico por ser obra de arquitetura importante do acervo nacional.
“Não se trata de empreendimento novo”, explicou o superintendente da AHIPAR, engenheiro Antonio Paulo de Barros Leite. As coletas e análises dos dados de campo que embasaram os estudos dos comportamentos hidráulico e morfológico do trecho, segundo ele, demonstraram a interferência da construção da ponte na formação dos bancos de areia a montante da mesma.
“As seções de fundações dos pilares da ponte tem dimensões bastante grandes, o que fez diminuir a vazão na seção transversal sob o seu eixo, causando o aparecimento de remanso a montante, o que acentuou a deposição de material sólido nessa área, surgindo os bancos de areia”, acrescentou o superintendente.
Mais segurança
O projeto está em fase de conclusão e depende de aprovação do DNIT, contratante do estudo, para ser encaminhado à Marinha. Antonio Paulo acentuou que as intervenções são necessárias para garantir total segurança e de navegabilidade naquele trecho da via. Também apontou como benefícios a redução de tempo de viagem e de custos de transporte com a transposição em melhores condições.
Participaram da visita técnica os engenheiros Samuel Van Der Laan, do Núcleo de Melhoramentos da AHIPAR, e Paulo Roberto de Godoy e Georges Ibrahim, da Coordenadoria de Meio Ambiente do DNIT; Philipe Ratton, Cláudio Aguiar e Ângela Miriam Freitas, da UFPR; e Virginia Filgueiras, Fernanda Mayumi Takeda e Verônica Moreira Ramos, do Ibama/DF.
Por: Da Redação