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Geopark Bodoquena-Pantanal pode ser referendado até fim do ano

Vestígios da forma de vida mais antiga encontrada na América do Sul: o Corumbella weneri

A superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Mato Grosso do Sul, Margareth Lima, está otimista quanto à homologação do Geopark Bodoquena-Pantanal pela Unesco. Ela acredita que até o final do ano todo este tramite, iniciado em 2006, possa estar concluído. “Fizemos todo o levantamento, toda a parte documental desse dossiê e encaminhamos para a Unesco. Eles analisaram documentalmente, e agora enviaram esta comissão. A partir de agora eles vão usar esta avaliação para ver o que interpretam e se realmente vamos ter a tutela da Unesco”, observou.

“Acredito que o fato destas consultoras estarem aqui significa que já identificaram, dentro do dossiê, que há esta potencialidade. E a verificação in loco vai fazer com que isso seja referendado por estes consultores da Unesco”, complementou Margareth. As pesquisadoras Sylvie Giraud (Alemanha) e Marie Luise Frey (França) estão em Mato Grosso do Sul desde o último sábado (18) e, antes de virem a Corumbá, passaram nas cidades de Bonito e Jardim. Na Capital do Pantanal, elas visitaram a região do Eco Parque Cacimba da Saúde.

Lá existem vestígios da forma de vida mais antiga encontrada na América do Sul: o Corumbella weneri. Os fósseis localizados no local têm aproximadamente 550 milhões de anos. “Existe um potencial muito grande geologicamente e paleontologicamente. Mas é preciso aproximar tudo isto da população e trabalhar juntos para que seja reconhecida a importância deste geopark”, comentou a pesquisadora francesa. O Geopark Bodoquena-Pantanal abrange áreas de Bela Vista, Bodoquena, Bonito, Caracol, Corumbá, Guia Lopes da Laguna, Jardim, Ladário, Miranda, Nioaque e Porto Murtinho.

Geopark

Geopark é uma marca atribuída pela instituição a uma área onde ocorrem excepcionalidades geológicas que são protegidas e aproveitadas como elementos indutores de educação ambiental e de desenvolvimento sustentável. Ele deve ter limites bem definidos; envolver uma área suficientemente grande para possibilitar o desenvolvimento sustentável; abarcar um determinado número de sítios geológicos de especial importância científica, raridade ou beleza e deve ter um papel ativo no processo de educação ambiental e, por meio do geoturismo, no desenvolvimento econômico.

Aspectos arqueológicos, ecológicos, históricos e culturais, também são componentes importantes. É, portanto, um conceito totalmente diferente dos Parques do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), uma vez que pressupõe o desenvolvimento sustentável, não envolve indenizações, não proíbe o uso e ocupação, mas tem por objetivo discipliná-los de forma a preservar o patrimônio geológico e, por meio do geoturismo e ecoturismo, ser um indutor de educação ambiental e de desenvolvimento sustentável.

Quando a Unesco reconhece tais características em determinada região lhe concede a marca de Geoparque, e assim essa região passa a integrar a Rede Mundial de Geoparques, a qual, num sistema de partilha, colaboração e orientação, busca manter uma plataforma de ações visando a proteção do patrimônio geológico e o desenvolvimento sustentável.

A região da Serra da Bodoquena e Pantanal, além de belíssima do ponto vista fisiográfico e envolver importantes e frágeis ecossistemas de grande interesse turístico, no seu substrato rochoso existem particularidades geológicas e paleontológicas que precisam ser preservadas, uma vez que são registros de fundamental importância para o entendimento da evolução da geologia e da vida na Terra, em escala global, além de outras particularidades que se encaixam perfeitamente nos pressupostos de um Geoparque da Unesco. (PMC)

 

Por: Da Redação

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