A área atingida pelo fogo este ano no Pantanal já se aproxima do registrado no mesmo período de 2020, período em que o bioma enfrentou a pior temporada de queimadas da história. Segundo dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), órgão vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 261,8 mil hectares já foram perdidos para o fogo; no mesmo período do ano passado, a área queimada foi de 265,3 mil hectares —segundo Márcio Yule, coordenador estadual do PrevFogo em Mato Grosso do Sul, esta área equivale a 2 municípios do Rio de Janeiro.
No Mato Grosso do Sul, bombeiros e brigadistas atuam exaustivamente para controlar as chamas em diferentes regiões do Pantanal. Neste final de semana, as equipes receberam reforço de mais 36 militares para atuarem ‘dia e noite’ e o município de Porto Murtinho, a 443 km de Campo Grande, decretou estado de emergência por conta dos incêndios. Com o avanço das chamas, os ribeirinhos precisaram ser retirados por barcos e os aviões chegaram a lançar água para que equipes em solo tenham mais facilidade para conter o fogo.
Outro grupo com 55 brigadistas, incluindo indígenas treinados, tenta controlar um incêndio na reserva Kadiwéu. “Essa semana tem sido extremamente crítica com relação aos incêndios florestais. Houve um agravamento na terra indígena Kadiwéu, o que resultou no aumento do contingente [de brigadistas] lá. Nós deslocamos o pessoal de Corumbá e também da aldeia Limão Verde, para incorporar os 33 brigadistas que foram contratados para atuar na terra indígena”, afirmou Márcio Yule ao G1.
Conforme Yule, também foram contabilizados 3.910 focos entre 1° de janeiro deste ano e o mês de agosto. “Se comparar com o ano passado, houve aumento de focos de calor, ainda menor que agosto do ano passado, quando fechou com mais de 2,5 mil focos, só que preocupa, uma vez que o pior mês ainda não chegou. A partir de 2010, o pior mês tem sido (…) setembro”, explicou.
As equipes também atual no combate às chamas em Corumbá, onde houve uma capacitação de 200 marinheiros para ajudar bombeiros e brigadistas caso necessário, como aconteceu em 2020.
“O número é bem maior dos que ajudaram no ano passado. Também temos o combate em Miranda, Aquidauana, áreas de retomadas, terras indígenas da região. A situação tende a normalizar com uma entrada de frente fria a partir de quinta-feira (26) e até lá continuamos atuando diuturnamente”, ressaltou o coordenador.
Cinco operações em andamento
Neste domingo (22), o Corpo de Bombeiros informou que há cinco operações de combate a incêndios florestais em andamento no estado, sendo elas no Pantanal (Corumbá e Porto Murtinho) e nos municípios de Bela Vista, Brasilândia e Água Clara.
Ao todo, 135 bombeiros militares estão empenhados na operação Hefesto, usando 44 viaturas e 8 aeronaves. Produtores rurais também ajudam em algumas regiões.
*Informação do Portal G1/MS-Fotos em destaque: Corpo de Bombeiros/Divulgação