Após implantar o Fórum Municipal de Economia Solidária, o município de Corumbá continua fortalecendo ações que visem o desenvolvimento de atividades relacionadas a essa forma de produção e comercialização coletiva.
Realizado através da Secretaria de Assistência Social e Cidadania, o 1º Encontro Municipal de Economia Solidária está reunindo nesta 5ª feira, 14 de novembro, integrantes de empreendimentos econômicos solidários instalados na cidade, entre eles, Amor Peixe, Mãos que Fazem, Argos, FALA, Artesanatos do Pantanal, Clube das Mães Cidade Dom Bosco e Mulheres de Fibra.
Atualmente com oito mulheres, o Clube de Mães da Cidade Dom Bosco desenvolve diversos trabalhos de artesanato e está mudando a vida de muitas famílias, segundo declarou Andréia Magalhães de Souza Silva. “Convidamos as mulheres que ficavam em casa sem ter uma ocupação, sem uma perspectiva. Hoje, há uma troca entre a Cidade Dom Bosco e as famílias, e ainda gerando renda”, disse.
Ela pontuou ainda que o trabalho da Prefeitura Municipal de incentivo à economia solidária, como a realização de encontros, está formando um novo momento para os empreendimentos do município. “Está sendo uma experiência muito boa porque antes não tinha isso. É uma troca de idéias e a gente vai se aprimorando, aprendendo com a experiência se outros grupos”, frisou.
Para o membro da Coordenação Estadual do Fórum de Economia Solidária, Rodrigo dos Santos Nantes, em Corumbá, o papel do Poder Público vem sendo realizado de forma bastante eficaz. “Com essa nova perspectiva política com a Prefeitura, a gente ta conseguindo perceber um grande incentivo dentro dos CRAS, dentro desses espaços latentes onde os grupos com princípios de economia solidária se encontram. Poder trabalhar dentro desses grupos os princípios de economia solidária é o que temos que focar porque, se começarmos num modelo organizacional que não esteja alinhado com os ideais da economia solidária, fica muito mais complexo reverter isso”, avaliou.
Nantes ainda destacou que empreendimentos corumbaenses como o projeto Amor Peixe são referência de economia solidária em nível nacional, lembrando o potencial que a cidade tem para ser desenvolvido nesse setor que, de acordo com suas explanações, ainda é bastante associado ao cooperativismo, porém ter natureza bastante distinta.
“Hoje existe a lei do cooperativismo bem diferente do que pensamos porque essa lei dá brecha para criar o que chamamos de “coperfraudes”, de “copergatos” que são falsas cooperativas, pois contratam pessoas para prestar serviço e nesse processo há muita exploração. Baseamos num modelo de autogestão de cooperativa e tem como base a solidariedade, o respeito à diversidade, ao meio ambiente, ao saber local, enfim, uma série de princípios que ajudam a erigir um estatuto, um regimento bem sólido que na dá brechas para essa relação de poder entre os seus associados”, explicou.
Segundo definição do Ministério do Trabalho, economia solidária é um jeito diferente de produzir, vender, comprar e trocar o que é preciso para viver. Sem explorar os outros, sem querer levar vantagem, sem destruir o ambiente. Cooperando, fortalecendo o grupo, cada um pensando no bem de todos e no próprio bem.
Evolução
Andréa Ulle, secretária municipal de Assistência Social e Cidadania destacou todo o trabalho de fomento realizado nas unidades do CRAS e a evolução do setor no município durante este ano.
“Nós iniciamos o trabalho concretizando a criação do Fórum.de Economia Solidária e esse. Estamos fomentando os que já existem e a criação de novos empreendimentos através dos CRAS onde, na verdade, as mulheres já realizam trabalhos de forma mais artesanal, terapêutica, hoje, promovemos um trabalho onde posso ter uma geração de renda, que leva a autonomia dessas famílias”, afirmou ao explicar o papel do Fórum.
“É para que se mobilize e execute algumas ações específicas como objetivo de capacitar, para formar tantos empreendimentos que já existem como aqueles que vão se formar”, disse ao avistar futuro promissor para o setor.
Ela frisou ainda a demanda direcionada pelo prefeito Paulo Duarte, no último mês de setembro, quando na ocasião do criação do Fórum Municipal de Economia Solidária, determinou a implantação de uma Loja Social.
“O prefeito já nos atribui que essas pessoas sejam capacitadas não apenas para aprender como lidar com a questão do mercado, como vender e dar um visual para esses produtos, mas ter um local específico onde eles possam ser vendidos”, lembrou ao dizer que o projeto está em andamento e deve ser concretizado no próximo ano.
O 1º Encontro Municipal de Economia Solidária está sendo realizado na sede do Cenper até às 16 horas e é aberto ao público interessado no tema.
Por: Da Redação