Ícone do site Pérola News

Embrapa Pantanal repassa conhecimentos a reeducandas de presídio feminino

Começou nesta segunda-feira, dia 18 de julho, o ciclo de palestras da Embrapa Pantanal no Estabelecimento Penal Feminino “Carlos Alberto Jonas Giordano”, em Corumbá. Pela manhã, 28 reeducandas acompanharam palestra sobre o uso e conservação da água com a pesquisadora Márcia Divina de Oliveira.

Nesta terça, dia 19, elas vão receber o bolsista Carlos André Zucco, que vai falar sobre mamíferos do Pantanal, e Aldalgiza Campolin, que faz palestra sobre o homem e a natureza. O ciclo termina na quinta de manhã, com uma palestra sobre plantas medicinais e condimentares realizada pelo pesquisador Aurélio Borsato.

O convite para as palestras partiu da assistente social do presídio, Gisela Nunes, que soube da existência do programa Embrapa & Escola pelo site da Embrapa Pantanal. Este programa atende estudantes do ensino fundamental e médio.

Para a chefe geral da Embrapa Pantanal, Emiko Kawakami de Resende, o ciclo de palestras é uma oportunidade para a Unidade exercer mais uma ação de responsabilidade social, contribuindo para a formação das reeducandas. “Elas serão sensibilizadas para questões ambientais e poderão repassar essas informações para suas famílias.”

Instalada em Corumbá desde 1975, a Embrapa Pantanal vem desenvolvendo ações de caráter social com parceiros importantes como a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), onde introduziu uma horta com finalidades terapêuticas e técnicas. O presídio feminino também manifestou interesse em implantar uma horta no local.

Para Gisela Nunes, a promoção do ciclo de palestras tem como objetivo incentivar as internas a terem hábitos ambientalmente corretos, ressaltando que a qualidade de vida está ligada às condições de higiene. Ela explicou que já foram realizadas várias palestras na unidade penal, especialmente sobre doenças sexualmente transmissíveis, câncer de mama, uso de álcool e drogas. “Desta vez a gente quis fazer algo um pouco diferente. Queríamos aproximá-las da natureza”, comentou Gisela.

A gestora penitenciária substituta, Telma Camacho Leguizamon da Silva, explicou que esse tipo de atividade é muito importante para as reeducandas e agradeceu o apoio da Embrapa Pantanal. Segundo ela, 90% das mulheres estão no presídio por tráfico. Poucas são de Corumbá e Ladário.

ÁGUA

O uso sustentável da água chamou a atenção de várias reeducandas que acompanharam a palestra da pesquisadora Márcia Divina. Elas ficaram sabendo dos riscos de escassez deste recurso hídrico em várias partes do mundo. E ouviram, com atenção e muito interesse, dicas de como podem contribuir para minimizar esse problema.

“Algumas já anunciaram que vão demorar menos no banho e fechar a torneira ao escovar os dentes”, disse Gisela.

A reeducanda Eulália Guaio deu um exemplo de cidadania. Boliviana, ela comentou que em seu país não são necessárias licenças do governo para diversas atividades, como a pesca, a caça e o uso indiscriminado da água. “Não se vê medidas para evitar o desperdício. Mas eu pretendo adotar essas medidas em minha casa, para educar meus netos”, afirmou.

Depois da apresentação, as mulheres se reuniram em grupos para produzir um material de reflexão sobre o conteúdo da palestra. A Embrapa presenteou as reeducandas com mel do Pantanal, produto de pesquisa da Unidade, e sacolas de tecido, que foram citadas como ecologicamente corretas em substituição às sacolas plásticas de supermercados.

 

Por: Da Redação

Sair da versão mobile