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Embrapa implanta técnica de IATF na Fazenda Nhumirim no Pantanal

Novilhas do Núcleo de Melhoramento Genético
Sêmens utilizados são de touros avaliados

A fim de obter um aumento da eficiência reprodutiva e da qualidade genética do rebanho do Campo Experimental da Embrapa Pantanal – Fazenda Nhumirin, está sendo aplicada, a partir deste mês, nas novilhas do plantel do projeto de melhoramento genético, e nas vacas do rebanho geral, a biotécnica reprodutiva Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), tecnologia que consiste na sincronização do cio e da ovulação, eliminando a necessidade de detecção de cio e possibilitando a inseminação artificial de uma grande quantidade de animais em apenas algumas horas.

Segundo um dos pesquisadores da Embrapa Pantanal responsáveis pelas pesquisas, Urbano Abreu, a prática de reprodução utilizada até o momento no plantel era a de inseminação artificial convencional e, devido as dificuldades da observação de cio, optou-se por aplicar a técnica de IATF: “Uma das vantagens desta prática é que ela dispensa a fase de observação de cio. Por meio da utilização do protocolo de IATF você faz com que as novilhas atinjam a condição de cio fértil num tempo fixo” explica o pesquisador. “Após o procedimento de inseminação as vacas são colocadas juntamente com um touro, para que, caso ocorra alguma falha durante o uso do protocolo, a fertilização ocorra no campo com o touro”, completa Urbano.

Para José Aníbal Comastri Filho, também pesquisador da Unidade, esta é uma tecnologia capaz de viabilizar a estação de monta no Pantanal: “por meio desta técnica é possível programar o nascimento das crias, e trabalhar com estações reprodutivas curtas e nascimentos concentrados, otimizando a mão de obra na fazenda. A diminuição do intervalo entre partos e o ganho de eficiência reprodutiva, são outros benefícios proporcionados pela implantação de um programa de Inseminação Artificial em Tempo Fixo”, explica Comastri.

O responsável técnico pelo manejo do rebanho da fazenda, Hildelberto Petzold, explica que o protocolo de IATF traz resultados positivos, pois, antecipa e concentra o nascimentos dos bezerros, fazendo com que apresentem maior peso ao desmame e também, no momento da comercialização, especialmente em leilões, pois a uniformidade da produção é um fator relevante no momento da compra e venda: ” os lotes de animais obtidos por meio deste protocolo, por serem concebidos na mesma data e com o sêmen de touros avaliados geneticamente, terão características semelhantes e de melhor qualidade”, relata Hildelberto.

O protocolo de IATF foi realizado pela equipe de técnicos e pesquisadores especializados da Embrapa Pantanal, que passaram por vários treinamentos em fertilização e reprodução animal. No mês de dezembro já foram inseminados aproximadamente 300 animais entre novilhas e vacas. Em janeiro as atividades continuam com o terceiro e último lote de animais. Alguns desses animais melhorados geneticamente estarão disponíveis para venda em leilões da região dentro de aproximadamente dois anos.

Apesar da Inseminação Artificial em Tempo Fixo – IATF ser uma tecnologia empregada em larga escala no Brasil há pouco tempo, ela já se tornou uma das principais ferramentas no melhoramento genético de rebanhos bovinos e na melhora da eficiência reprodutiva de vacas em fazendas de corte.

Programa de Melhoramento Genético

Iniciado em 2006, com a criação do plantel de seleção de Nelores mais adaptados as condições do Pantanal, o programa de melhoramento genético animal realizado na Fazenda Nhumirin tem como principais objetivos: testar a interação touro x local (Planalto e Pantanal) para características adaptativas e de crescimento, indicativa da interação genótipo x ambiente; e testar touros de diferentes biótipos e linhagens quanto a aspectos de adaptabilidade à região e de produtividade de seus produtos, em recria e engorda.

O projeto faz parte do programa da Embrapa Geneplus, de melhoramento genético animal, criado para melhor assessorar os produtores de bovinos de corte, que envolve pesquisadores de diversas Unidades da Embrapa, entre elas da Embrapa Pantanal(Corumbá-MS), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

 

Por: Da Redação

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