O prefeito Marcelo vistoriou na manhã de quinta-feira, 14 de outubro, as obras de restauro e recuperação da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária. Com recursos do PAC Cidades Históricas – Governo Federal – e contrapartidas da Prefeitura Municipal e do Governo do Estado, a Catedral será totalmente restaurada na parte externa, interna, revestimentos e cobertura do coro.
Marcelo Iunes disse que a Prefeitura prevê para dezembro a conclusão das obras que cabem ao Município. “Já está bem na fase final, tenho certeza que vamos entregar agora no final do ano. Só está faltando terminarmos o gesso (da cobertura do forro), que já teve o modelo aprovado pelo IPHAN. Teremos também de refazer a pintura, depois vem a fase final com a climatização e a sonorização que acontecerá com recursos do Estado”, afirmou o prefeito de Corumbá.
De acordo com o chefe do Executivo Municipal, houve atraso no cronograma de execução em razão de recomendações do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) que precisavam ser cumpridas. “É preciso explicar à população, que houve atraso por causa de projetos, o próprio projeto do IPHAN não contemplava o gesso e a Prefeitura teve que entrar com recurso para complementar esse projeto, que não estava no orçamento do PAC Cidades Históricas”, completou.
Segundo o prefeito de Corumbá, o Município posteriormente vai executar obras complementares na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária, mas respeitando o projeto aprovado pelo IPHAN. “Explique ao bispo diocesano, Dom João Aparecido Bergamasco, que independente de termos recursos do PAC Cidades Históricas, a Prefeitura pode fazer, com recursos próprios, ações complementares, como a reforma do salão paroquial. Mas, temos que obedecer ao projeto que foi feito com autorização do IPHAN”, disse ao complementar que o vice-prefeito, Dirceu Miguéis Pinto, está à frente de uma força-tarefa encarregada de agilizar a conclusão das obras.
A restauração e requalificação executadas pelo Município têm como objetivo principal valorizar a estética original do prédio, mesmo em face de adaptações e adequações de demanda funcional, buscando atendê-las através de decisões projetuais que além do restauro e recuperação dos elementos históricos, propõem intervenções evidentes, porém discretas com materiais contemporâneos que dialogam e se harmonizam com as características do objeto de restauro sem gerar dúvidas sobre a época.
Na vistoria, o prefeito foi acompanhado pelo secretário Municipal de Infraestrutura, Luiz Fernando Moreira, e pela arquiteta da Prefeitura, Ana Paula Badari. O secretário reforçou o bom ritmo de andamento das obras. “Tivemos uma evolução bastante grande, estamos determinados em terminar a obra em dezembro. A parte que cabe à Prefeitura está caminhando bem e com resultado muito bom”, disse.
O bispo diocesano de Corumbá esteve na Matriz durante o período em que o prefeito vistoriou as obras. O religioso tem a expectativa de celebrar a reinauguração da catedral no dia da Padroeira. “Nossa expectativa é que até dezembro se conclua a obra, para que no dia da padroeira, Nossa Senhora da Candelária, a gente possa fazer a reinauguração”, afirmou Dom João Aparecido Bergamasco.
Patrimônio Municipal e Estadual
Construída por Frei Mariano de Bagnaia no século 19, a igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária tornou-se patrimônio histórico e cultural do município de Corumbá no dia 02 de fevereiro de 2017, por meio do decreto municipal número 1.748.
A declaração, para fins de tombamento, levou em consideração – além das características arquitetônicas da igreja – a proteção do patrimônio histórico cultural local; o valor histórico da Catedral para a cidade; o fato de ter sido construída em 1885 e ser o templo católico mais antigo de Mato Grosso do Sul e ainda o fato de Nossa Senhora da Candelária ser padroeira de Corumbá e da Diocese.
O prédio da Matriz agrega valor ainda maior a um conjunto arquitetônico de muita relevância. Está inserido num complexo de prédios históricos formado pela antiga unidade da Casa Mista, do Instituto Luiz de Albuquerque (ILA) e a sede da Polícia Federal.
No mesmo ano, a Catedral de Nossa Senhora da Candelária foi reconhecida como Bem do Patrimônio Histórico Material de Mato Grosso do Sul. Conforme a publicação, o Conselho Estadual de Cultura concluiu que a Igreja “está entre as edificações de maior expressão quanto à riqueza histórica e arquitetônica de Mato Grosso do Sul”.
O prédio, com elementos da arquitetura eclética, cuja pedra fundamental foi lançada em 1872 pelo pregador imperial e Vigário da Vara, Frei Mariano de Bagnaia, foi inaugurado em 1877. Na igreja fica alojada a padroeira de Corumbá, Nossa Senhora da Candelária, e em sua construção foi encontrado um brasão da Coroa Portuguesa. A Catedral está inserida numa região próxima de outros prédios e monumentos que já tiveram seu valor histórico reconhecido.
*Comunicação PMC