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Em Assunção, Ruiter expõe desafios e oportunidades para viabilidade de hidrovia

Durante painel do Seminário Internacional “Hidrovia e Ferrovia – Infraestrutura para Integração Regional”, o prefeito Ruiter Cunha de Oliveira teve a oportunidade de discutir a viabilidade da Hidrovia Paraguai-Paraná (HPP) para o desenvolvimento regional dos países que compõem a Bacia do Prata. Em Assunção, capital paraguaia, ele participou do evento expondo desafios e obstáculos que envolvem a viabilidade da hidrovia no lado brasileiro e como o Município de Corumbá pode ajudar para modificar o cenário atual. O seminário aconteceu na manhã desta terça-feira, 24 de outubro, no Hotel Crowne. Participaram do painel sobre a hidrovia representantes do Paraguai e Uruguai especialistas no assunto.

“Um dos maiores gargalos que existe é quando a classe política não prioriza o estudo. Precisamos concentrar esforços para definir políticas públicas que possam priorizar o desenvolvimento. Tenho certeza que investir na Hidrovia Paraguai-Paraná é falar de desenvolvimento de todos os países dessa parte do continente”, afirmou Ruiter, colocando o Município de Corumbá inteiramente à disposição naquilo que pode colaborar, destacando a importância de envolver a população no assunto.

“Acho que só vamos conseguir viabilizar a hidrovia e fazer com que a classe política encare essa situação de verdade a partir do momento em que a população se sinta inserida nesse contexto. Essa discussão deve ser levada principalmente aos maiores beneficiados com o desenvolvimento econômico e social, pois, o funcionamento efetivo dessa hidrovia vai permitir que cidades como Corumbá possam se desenvolver ainda mais, gerando empregos e renda”, completou o prefeito.

Ruiter destacou que um dos principais obstáculos apresentados pela Hidrovia Paraguai-Paraná (HPP) no Brasil é a falta de instalações portuárias competitivas para o atendimento de cargas provenientes das regiões de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, tais como soja e outros grãos, com terminais de carregamento modernos. Além da falta de condições para alavancar o transporte de combustíveis.

A ausência de um plano eficaz de dragagem do Rio Paraguai, especialmente entre as cidades de Puerto Valle-Mi e Assunção (Paraguai), também dificulta o desenvolvimento da hidrovia. O prefeito disse também que a falta de diálogo entre os órgãos de fiscalização e segurança nos países envolvidos é prejudicial. Por exemplo, é necessário haver mais interação entre a Receita Federal, Polícia Federal, ANTAQ e Marinha do Brasil com relação à hidrovia, e diminuir o excesso de burocracia para operação das empresas.

O chefe do Executivo corumbaense afirmou que mudanças na infraestrutura podem estimular a produção e o comércio na região para reverter o atual cenário. “À medida que a infraestrutura portuária melhora, o canal de navegação permanecendo com pelo menos dez pés de profundidade, somado ao desenvolvimento paralelo da infraestrutura rodoviária e portuária das várias regiões, como Mato Grosso e Mato Grosso de Sul no Brasil, Bolívia, norte da região oriental do Paraguai, temos como resultado a otimização da saída e entrada de produtos, contribuindo ainda mais para a integração da região como um todo”, disse o prefeito.

Levantamento de 2013 do Projeto Centro-Oeste competitivo apontou que um projeto de Dragagem e Balizamento da Hidrovia do Rio Paraguai entre o Rio Apa (Brasil) e Santa Fé (Argentina) necessitaria de R$ 275 milhões = US$ 117 milhões (valores estimados naquele ano). Todas as informações e dados disponibilizados por Ruiter tiveram como base estudos de empresas referências no assunto como AHIPAR, Vale, DNIT e outras colaboradoras.

Para Ruiter, o papel de agências multilaterais de financiamento como o Fonplata é de agilizar a operação navegável impulsionando o diálogo entre os atores envolvidos (diplomáticos, governamentais e privados) e oferecendo linhas de crédito para os setores governamentais desenvolverem projetos necessários para superação dos gargalos de infraestrutura. O seminário contou ainda com painel com tema “O papel das ferrovias para a integração física regional”, com representantes da Bolívia, Uruguai e Paraguai.


 

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